Sem Júpiter e Saturno não haveria vida na Terra
Novas simulações sugerem que sem Júpiter e Saturno orbitando a Terra, a vida poderia não ter surgido em nosso planeta. De acordo com os pesquisadores, os dois gigantes gasosos provavelmente ajudaram a estabilizar o sistema solar, protegendo a Terra e outros planetas rochosos interiores de frequentes enfrentamentos com grandes objetos em movimento rápido. Em outras palavras, como relata o portal Space, planetas gigantes parecem ter um impacto importante na formação de um sistema. “Se não há planetas gigantes em seu sistema, você tem um sistema planetário muito, muito diferente”, declarou Tom Barclay, do Centro de Pesquisa Ames da NASA, em Moffett Field, Califórnia, na 227ª reunião da Sociedade Astronômica Americana. Barclay e seus colegas descobriram que os impactos enormes – como aquele envolvendo a proto-Terra que acredita-se ser o responsável pela formação da lua, 4,5 bilhões de anos atrás – aconteceriam com mais frequência e por períodos de tempo mais longos em sistemas solares com menos planetas exteriores gigantes. Tais impactos poderiam resultar na perda da atmosfera de um planeta, o que poderia tornar este mundo inabitável. “Se você tem planetas gigantes, os últimos impactos gigantes acontecem em algum lugar entre 10 e 100 milhões de anos [após a formação dos planetas], o que é muito bom – é como o que aconteceu na Terra”, explicou Barclay. “Se você não tem planetas gigantes, o último impacto gigante pode acontecer centenas de milhões a bilhões de anos depois. Isso realmente é um risco para a habitabilidade”.
Nascimento de um sistema solar
À medida que um sistema solar se forma, blocos de construção e detritos planetários giram ao redor de um amplo disco antes de, eventualmente, agregarem-se em planetas com órbitas estáveis. O grupo de pesquisa de Barclay começou sua simulação depois de embriões do tamanho do planeta Marte já terem se formado no sistema, e analisou casos com e sem planetas gigantes no perímetro externo. Os pesquisadores descobriram que, com planetas gigantes ao redor, os restantes corpos pequenos do sistema solar ou foram ejetados para fora do sistema com mais rapidez – por causa do momento angular que os gigantes gasosos adicionam ao sistema – ou se tornaram parte dos primeiros planetas a existirem.
Sem a influência dos planetas gigantes, os fragmentos formaram uma grande e perigosa nuvem que orbitava perto do interior do sistema e que levou muito mais tempo para dispersar – como uma espécie de versão mais aproximada da gelada Nuvem de Oort, uma concha de detritos que orbita no sistema solar exterior e, ocasionalmente, lança cometas em direção à Terra.
O efeito dos planetas gigantes era apenas uma pequena parte do que os pesquisadores estavam investigando com sua nova simulação, que tenta corrigir dois problemas principais com outros modelos de estágios finais da formação de planetas. Primeiro, os pesquisadores levaram em conta a fragmentação que ocorre quando os objetos vão de encontro uns aos outros, ao invés de assumir que combinam perfeitamente. Depois, fizeram centenas de simulações para ver todas as maneiras possíveis em que o processo de formação caótica poderia acontecer. “Coisas que não são raras, mas não são especialmente comuns, não aparecem em simulações típicas como esta”, disse Barclay. “Então, você precisa executar um número muito grande delas”.
Fonte: Hypescience.com
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