Astrônomos acidentalmente encontram uma galáxia enorme do início do universo
Uma
nova pesquisa da Universidade do Arizona (EUA) descobriu uma galáxia enorme
nascida no início da história do universo, praticamente invisível para nós,
utilizando o grupo de mais de 60 telescópios do Atacama Large Millimetre Array,
no Chile.
Por que invisível?
As
observações realizadas pela equipe indicam que a galáxia tem 12,5 bilhões de
anos, ou seja, surgiu apenas um bilhão de anos depois do Big Bang, uma época
que é considerada a “infância” do universo. A
luz que os pesquisadores observaram é provavelmente o brilho de partículas de
gás formando estrelas dentro da galáxia. A poeira bloqueia outros comprimentos
de luz, incluindo a luz das próprias estrelas.
“A
luz parecia não estar ligada a nenhuma galáxia conhecida. Quando vi que essa
galáxia era invisível em qualquer outro comprimento de onda, fiquei muito
empolgada, porque significava que provavelmente estava muito longe e escondida
por nuvens de poeira”, explica Christina Williams, pós-doutoranda na
Universidade do Arizona e principal autora do estudo.
“Faz
você pensar se isso é apenas a ponta do iceberg, com todo um novo tipo de
população de galáxias esperando para ser descoberta”, disse outra pesquisadora
do estudo, Kate Whitaker, em um comunicado à imprensa.
Elo perdido
A
nova galáxia é interessante por um número de fatores. Por exemplo, enquanto
possui o mesmo número de estrelas que a Via Láctea, é 100 vezes mais ativa. Os cientistas já previam que tais galáxias
enormes e “maduras”, fábricas velozes de estrelas, existiam no início do
universo, mas nunca tinham encontrado uma.
O
Telescópio Espacial Hubble encontrou alguns objetos semelhantes, porém muito
menores. Logo, o achado pode ajudar os pesquisadores a compreenderem melhor
seus modelos do universo jovem. Nossa
galáxia monstruosa invisível tem precisamente os ingredientes certos para ser o
elo que falta”, afirmou Williams.
Próximos
passos
Os
cientistas esperam que tecnologias futuras possam oferecer mais detalhes sobre
essa galáxia e outras semelhantes. Por
enquanto, é muito difícil observá-la, mas telescópios como o James Webb, que
deve estar ativo em março de 2021, podem trazer muitas novas informações.
“O
Telescópio Espacial James Webb poderá olhar através do véu de poeira para que
possamos aprender quão grandes são realmente essas galáxias e quão rápido elas
estão crescendo, para entender melhor por que os modelos falham em
explicá-las”, resumiu Williams.
Um
artigo sobre o estudo foi publicado na revista científica The Astrophysical
Journal.
Fonte: ScienceAlert
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