DART já vê o seu destino, o asteroide Didymos e a pequena lua Dimorphos
A nave espacial DART (Double Asteroid Redirection Test) da NASA obteve recentemente o seu primeiro olhar de Didymos, o sistema de asteroide duplo que inclui o seu alvo, Dimorphos. No dia 26 de setembro, a DART vai colidir intencionalmente com Dimorphos, a pequena lua do asteroide Didymos. Embora o asteroide não represente uma ameaça para a Terra, este é o primeiro teste mundial da técnica de impacto cinético, usando uma nave espacial para desviar um asteroide para defesa planetária.
Esta imagem da luz do
asteroide Didymos e da sua lua Dimorphos é uma composição de 243 exposições
obtidas pelo instrumento DRACO (Didymos Reconnaissance and Asteroid Camera for
Optical navigation) no dia 27 de julho de 2022.
A partir desta distância -
cerca de 32 milhões de quilómetros da DART - o sistema de Didymos ainda parece
muito ténue e os especialistas da câmara de navegação não sabiam ao certo se o
DRACO já seria capaz de detetar o asteroide. Mas assim que as 243 exposições
que capturou durante esta sequência de observação foram combinadas, a equipa
foi capaz de melhorar composição digitalmente para revelar Didymos e assim
identificar a sua localização.
Impressão de artista da nave espacial DART e
do pequeno LICIACube da agência espacial italiana antes do impacto no sistema
de asteroide duplo Didymos e Dimorphos. Crédito: NASA/APL, Johns Hopkins/Steve
Gribben
"Este primeiro conjunto
de imagens está a ser usado como um teste para provar as nossas técnicas de
imagem", disse Elena Adams, engenheira de sistemas da missão DART no APL
(Applied Physics Laboratory) da Universidade Johns Hopkins em Laurel, no estado
norte-americano de Maryland. "A qualidade da imagem é semelhante à que
poderíamos obter com telescópios terrestres, mas é importante mostrar que o
DRACO está a funcionar corretamente e que pode ver o seu alvo para fazer
quaisquer ajustes necessários antes de começarmos a utilizar as imagens para
guiar a nave espacial para o asteroide de forma autónoma".
Embora a equipa já tenha
realizado várias simulações de navegação utilizando imagens não-DRACO de
Didymos, a DART dependerá em última análise da sua capacidade de ver e
processar imagens de Didymos e Dimorphos, assim que a lua também possa ser
observada, para guiar a nave espacial em direção ao asteroide, especialmente
nas quatro horas finais antes do impacto. Nesse momento, a DART terá de se
autonavegar para conseguir um impacto com sucesso com Dimorphos sem qualquer
intervenção humana.
"Vendo as imagens DRACO
de Didymos pela primeira vez, podemos determinar as melhores configurações para
o DRACO e assim afinar o software", disse Julie Bellerose, líder de
navegação da DART no JPL da NASA em Pasadena, Califórnia. "Em setembro,
vamos refinar para onde a DART está a apontar, obtendo uma determinação mais
precisa de Didymos".
Utilizando observações feitas
a cada cinco horas, a equipa DART vai executar três manobras de correção da
trajetória ao longo das próximas semanas, cada uma das quais reduzirá ainda
mais a margem de erro para a trajetória necessária da nave espacial até ao
impacto. Após a manobra final de 25 de setembro, aproximadamente 24 horas antes
da colisão, a equipa de navegação conhecerá a posição do alvo Dimorphos até com
uma precisão até 2 quilómetros. A partir daí, a DART estará por sua conta para
se orientar autonomamente na sua colisão com a lua do asteroide.
O instrumento DRACO observou
subsequentemente Didymos durante observações planeadas nos dias 12 de agosto,
13 de agosto e 22 de agosto.
Fonte: Astronomia OnLine
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