Eclipse lunar total desta terça (8) terá Lua de sangue
O
eclipse lunar que ocorre nesta terça (8), segundo e último deste ano, só será
visível no Brasil em uma pequena parte da região Norte. O fenômeno ocorre
quando a Terra fica entre o Sol e a Lua, que fica encoberta pela sombra do
planeta.
O
evento começa às 5h02 (no horário de Brasília), com o eclipse penumbral, que
não é visível a olho nu, apenas com equipamentos. Às 6h09, será possível
vislumbrar a Lua sendo eclipsada parcialmente, quando a umbra, sombra mais
escura, avança pelo satélite.
"É
quando entra na umbra, quando você vê a Lua cheia e você começa a ver uma
'mordidinha' escura. Quando está totalmente na umbra, temos o eclipse
total", diz Josina Nascimento, astrônoma do Observatório Nacional.
O
eclipse total começa às 7h16, tem seu auge às 7h59 e termina às 8h42 desta
terça, diz Josina. O fenômeno será visível da Ásia, do oeste do Canadá e dos
Estados Unidos e do extremo leste da Rússia, além de regiões na bacia do
Pacífico.
No
Brasil, só será possível acompanhar o evento por poucos minutos em locais do
extremo oeste do Amazonas e do Acre, como a cidade de Cruzeiro do Sul.
"Será possível ver o parcial e o total com a Lua muito próxima do
horizonte, mas tem gente que não vai conseguir, porque pode ter um prédio ou uma
árvore na frente", afirma a astrônoma.
Para
quem não mora em Cruzeiro do Sul ou na Ilha de Páscoa, no meio do Pacífico, é
possível acompanhar uma transmissão do Observatório Nacional que acontece a
partir das 5h30 desta terça no canal do observatório no Youtube. Os
especialistas vão tirar dúvidas e comentar o fenômeno.
E
o próximo? Em 2023, haverá um evento parcial visível a partir do Brasil, mas um
eclipse total da Lua, só em 2025.
"Será
muito bom para o Brasil, porque veremos em todo o país, de 13 para 14 de março,
com a Lua alta, por volta de três da manhã", diz Josina.
O
eclipse total causa o fenômeno da Lua de sangue, quando o satélite fica com uma
cor avermelhada. Isso acontece, segundo Roberto Costa, professor do
departamento de Astronomia do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências
Atmosféricas da USP, porque a atmosfera da Terra, que fica no caminho entre a
luz do Sol e a Lua, funciona como um filtro.
"A
atmosfera da Terra é um filtro que espalha mais o azul e deixa passar mais o
vermelho. Tanto que vamos o céu azul, por quê? Porque a mistura de oxigênio e
nitrogênio que forma a atmosfera da Terra é muito eficiente em espalhar a luz
azul", diz Roberto Costa,
"Por
isso o pôr do Sol é vermelho, porque atravessa uma parte da atmosfera muito
mais espessa". Costa
explica que os eclipses lunares também serviram para os gregos provarem há dois
mil anos que a Terra é redonda.
"Pense
no eclipse da próxima noite, observado do Acre. A Lua estará bem baixinha no
horizonte oeste. Se a Terra fosse como uma pizza, o Sol estaria perto do
horizonte leste e a sombra da Terra na Lua, se fosse chata, não seria um disco,
mas uma faixa", diz ele.
"E os gregos argumentam: não importa a hora da noite em que o eclipse ocorre: a sombra da Terra na Lua é sempre circular, e a única forma geométrica que explica isso é que a Terra é redonda. É um argumento conhecido há dois milênios".
Fonte: MSN
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