Observatório Vera Rubin vai estudar evolução dos aglomerados de galáxias
O
observatório Vera C. Rubin vai ajudar os cientistas a desvendar a evolução
galáctica por meio do levantamento Legacy Survey of Space and Time. Para isso,
a grande câmera digital do observatório e seu telescópio vão observar o brilho
dos aglomerados galácticos vindo das várias estrelas que deixaram suas
galáxias, e desde então, viajam sozinhas pelo espaço.
O
brilho é tão fraco que detectá-lo não é nada fácil, mas vale a pena tentar: ao
estudá-lo através do levantamento, os cientistas podem detectar a luz em meio a
milhares de aglomerados de galáxias, os maiores objetos do universo que se
mantêm unidos por sua própria gravidade. Leva bilhões de anos para serem
formados e evoluírem, mas este processo pode ser observado nas pistas deixadas
pelas estrelas que saíram das galáxias onde foram formadas.
Elas
emitem o brilho que mencionamos acima, funcionando como um fóssil das
interações entre as galáxias. “As estrelas arrancadas das suas galáxias acabam
ocupando o espaço entre aquelas em um aglomerado”, explica Mireia Montes,
membro do levantamento.
Ela
descreve que estas estrelas são como a poeira que sai de um pedaço de giz usado
para escrever na lousa. “Ao monitorar o ‘giz estelar’ com o Rubin, esperamos
conseguir ler as palavras na lousa do aglomerado galáctico”, explicou.
Ao
estudar esta luz em busca de pistas sobre o passado dos aglomerados de
galáxias, os cientistas também podem aprender mais sobre a misteriosa matéria
escura. Trata-se de um material que não emite e nem refleta luz, mas ocorre em
alta concentração ao redor dos aglomerados de galáxias.
Para
investigar estas questões, o Rubin vai dedicar dez anos à observação completa
do céu do hemisfério sul. A ideia é trabalhar com a maior câmera digital já
feita para a astronomia, que promete usar sua resolução de 3,2 bilhões de
pixels para revelar a luz entre os aglomerados galácticos que permaneceu oculta
até então.
Ao
longo dos dez anos de levantamento, o observatório vai registrar aglomerados de
galáxias distantes em alta resolução. Depois, estas fotos vão ser combinadas,
formando as imagens de exposição mais longa já obtidas do céu no hemisfério
sul.
Fonte:
canaltech.com.br
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