Como interagem os buracos negros supermassivos e a matéria escura que os cerca?

Distorção do espaco tempo por um buraco negro supermassivo no centro galáctico. Crédito: Felipe Esquivel Reed


Os astrônomos estimam que cerca de 23% do Universo consiste de uma misteriosa “matéria escura”, um material invisível (pois não interage com a radiação eletromagnética) que só é detectado através de sua influência gravitacional sobre sua vizinhança. Agora, dois astrônomos pertencentes a Universidade Nacional Autônoma do México (UNAM) encontraram uma indicação de como a matéria escura se comporta na vizinhança de buracos negros supermassivos que residem nos núcleos das galáxias. Suas idéias foram publicadas em uma carta na revista Monthly Notices of Royal Astronomical Society. Nos primórdios do Universo, segundo os astrônomos, os aglomerados de matéria escura atraíram o gás cósmico, o qual se fundiu para formar as estrelas, que finalmente formaram as galáxias que vemos hoje.

 Em seus esforços para compreender os mecanismos de formação e evolução galáctica, os astrônomos têm passado um bom tempo tentando simular o processo de aglutinação da matéria escura nesses objetos. Os pesquisadores modelaram o modo como a matéria escura tem sido absorvida pelos buracos negros supermassivos e constatou que a taxa em que isso acontece é extremamente sensível à quantidade de matéria escura encontrada nas proximidades do buraco negro. Se esta concentração for acima da densidade crítica de 7 vezes a massa do Sol espalhada ao longo de cada ano-luz cúbico no espaço, a massa do buraco negro iria aumentar tão rapidamente que englobaria, portanto, uma tal quantidade de matéria escura, que em breve toda a galáxia estaria alterada de forma irreconhecível. Dr. Harris explica: “Ao longo de bilhões de anos, desde que se formaram as galáxias, tal absorção descontrolada da matéria escura em buracos negros deveria ter alterado a população de galáxias de forma diversa do que observamos hoje.”

Seu trabalho sugere, portanto, que a densidade de matéria escura no centro das galáxias tende a apresentar um valor constante. Comparando-se as suas observações com as previsões que os modelos atuais da evolução do Universo estabelecem, Hernandez e Lee concluíram que é provável que seja necessário alterar algumas das pressuposições as quais suportam esses modelos. Assim, a matéria escura pode estar se comportando de uma maneira distinta do modo estimado pelos cientistas. Os astrônomos na UNAM, Dr. Xavier Hernandez e Dr. William Lee, calcularam como os buracos negros supermassivos que estão no centro das galáxias interagem com a matéria escura. Estes buracos negros possuem entre milhões e bilhões de vezes a massa do Sol e absorvem matéria em um grande ritmo.

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