Glória Refletida

A nebulosa Messier 78, a 1.350 anos-luz de distância da Terra, foi fotografada pelo telescópio MPG/ESO no Observatório La Silla, no Chile. O local faz parte do Observatório Europeu do Sul (ESO, na sigla em inglês). A foto foi divulgada nesta quarta-feira (16) e mostra uma nuvem de poeira e gás que reflete a radiação ultravioleta de estrelas ao redor. Messier 78 pode ser vista com um telescópio pequeno perto do grupo de estrelas conhecido no Brasil como Três Marias, na constelação de Órion (Foto: Igor Chekalin / ESO)
A nebulosa Messier 78 é a atração principal nesta imagem obtida pelo instrumento Wide Field Imager montado no telescópio MPG/ESO de 2.2 metros instalado no Observatório de La Silla, Chile, enquanto que as estrelas responsáveis por este espetáculo brilhante se encontram sentadas mais atrás. A radiação estelar brilhante faz ricochete nas partículas de poeira da nebulosa, iluminando-a com radiação azul dispersada. Esta nova imagem de Messier 78 obtida pelo telescópio MPG/ESO de 2.2 metros instalado no Observatório de La Silla baseia-se nos dados selecionados por Igor Chekalin, os quais deram origem à sua imagem vencedora do concurso dos Tesouros Escondidos. O matiz azul observado na imagem é uma representação assaz precisa da cor dominante na nebulosa. Tons de azul são frequentemente observados em nebulosas de reflexão devido ao modo como a radiação estelar é dispersada pelas pequeníssimas partículas de poeira aí contidas: o menor comprimento de onda da radiação azul é dispersado de maneira mais eficiente do que o maior comprimento de onda da radiação vermelha. Esta imagem possui muitas particularidades interessantes para além da nebulosa a brilhar. Uma espessa banda de poeira estende-se ao longo de toda a imagem, desde o canto superior esquerdo até ao canto inferior direito, obscurecendo assim a radiação emitida pelas estrelas de fundo. Duas estrelas brilhantes, HD 38563A e HD38563B, são as principais forças motoras por trás de Messier 78. No entanto, a nebulosa alberga muitas mais estrelas, incluindo uma coleção de cerca de 45 estrelas jovens de pequena massa (com menos de 10 milhões de anos), nas quais os núcleos ainda se encontram demasiadamente frios para se dar início à fusão do hidrogénio, as chamadas estrelas T Tauri. O estudo das estrelas T Tauri torna-se importante no sentido de compreender as fases iniciais da formação estelar, incluindo a formação de sistemas planetários. . Em Fevereiro de 2004 um observador amador experiente, Jay McNeil, obteve uma imagem desta região com um telescópio de 75 mm e ficou surpreendido ao detetar uma nebulosa brilhante - a estrutura proeminente em forma de ventilador situada na parte de baixo desta imagem - onde nada tinha sido observado em imagens anteriores. Esta imagem colorida foi criada a partir de muitas exposições monocromáticas obtidas através de filtros azuis, amarelos/verdes e vermelhos, complementadas com exposições feitas através dum filtro H-alfa, o qual mostra a radiação refletida pelo gás de hidrogénio brilhante. Os tempos de exposição por filtro foram de 9, 9, 17.5 e 15.5 minutos, respetivamente.
Fonte: http://www.eso.org/public/portugal/news/eso1105/

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