A Lagoa e os pedaços de cometa
A Nebulosa da Lagoa – também conhecida como M8 – é uma campeã de audiência entre os alvos preferidos de astrônomos, amadores ou não. Alvo fácil de binóculos e pequenos telescópios, a Nebulosa da Lagoa foi fotografada pelo Gemini, um dos maiores e melhores telescópios do mundo. Tanta atenção tem motivo. A M8 é uma das atrações celestes mais bonitas do céu noturno. Pode ser observada facilmente tanto do hemisfério sul, quanto do hemisfério norte, sempre na direção da constelação de Sagitário.
Beleza é fundamental, mas não é tudo. A Nebulosa da Lagoa é na verdade um berçário de estrelas massivas, que ao nascerem promovem uma verdadeira bagunça ao seu redor. A emissão de fortes ventos e a intensa radiação ultravioleta dessas estrelas trazem o caos na mistura de gás e poeira que compõe a região. Ao se formarem, as estrelas com mais massa acabam agitando e comprimindo o gás ao seu redor de modo a formar outras gerações de estrelas (com menos massa) em um primeiro momento. Numa segunda etapa, a primeira geração de estrelas acaba interrompendo a “produção”. Estudar a interação da primeira geração de estrelas com o material da nebulosa e com as gerações subsequentes de estrelas é o objetivo desta imagem em especial. Ela foi obtida com o telescópio Gemini Sul, localizado no Chile, e tem um código de cores para evidenciar emissão de hidrogênio e enxofre do gás. As estrelas de baixa massa estão ainda imersas nas pontas dos pilares que podem ser vistos no meio da imagem. Esses pilares são o resultado da ação dos ventos das estrelas com mais massa, esculpindo o material da nebulosa.
Durante a madrugada de sexta-feira (6)
Outro lembrança é a chuva de meteoros Eta Aquarídeos. O máximo desse fenômeno deve ocorrer na madrugada de sexta-feira, quase ao amanhecer e são esperados 60 meteoros por hora. As noites anteriores já mostraram meteoros riscando o céu, que está bom para observações, já que há Lua no céu. Essa chuva está associada ao cometa Halley, que tem período de 76 anos e passou por aqui em 1986. Nesse longínquo ano do século passado, eu passei a noite acordado, contando o número de meteoros, numa das primeiras atividades de pesquisa que realizei em astronomia, ainda garoto. Tomara que o tempo esteja tão bom quanto há 25 anos.
Créditos: Cássio Leandro Dal Ri Barbosa - http://g1.globo.com/platb/observatoriog1/2011/05/05/a-lagoa-e-os-pedacos-de-cometa/
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