Sonda LRO da NASA Fotografa Raios Formados Por Pedaços de Rochas na Lua

A nordeste do Mare Moscoviense, na Lua, uma cratera sem nome de idade Copérnica tem uma cobertura de material de ejeção extensa e se localiza nas coordenadas 32.56˚N, 143.53˚ e tem um diâmetro de aproximadamente 6 quilômetros. A cobertura de material ejetado das crateras de impacto fornecem uma ferramenta útil para se poder datar de forma relativa as formações geológicas e definir a história dos eventos geológicos de uma região usando dados obtidos pelos satélites que orbitam a Lua. A presença de coberturas de material ejetado contínuos, raiados ao redor de uma cratera de impacto indica que a cratera se formou num tempo relativamente recente no tempo geológico da Lua. A distribuição do material ejetado ao redor da cratera pode ajudar a prever se o bólido se chocou obliquamente ou não e de qual direção ele veio. Mais ainda, se existem variações na refletância na cobertura de material ejetado, o impacto pode ter exposto material de múltiplas composições, e como os pedregulhos ou a cobertura de material ejetado são suaves isso pode ajudar os cientistas a traçarem hipóteses sobre as propriedades físicas do material alvo, ou seja, se esse material é uma rocha sólida, um regolito granular, ou uma combinação de ambos.
A cobertura de materiais ejetados pode também fornecer aos exploradores humanos uma maneira fácil para amostrar material da Lua vindo das profundezas. Pelo fato dos impactos deslocarem material numa trajetória balística desde o ponto de impact, a estratigrafia vertical das rochas e do regolito são expostas dentro dessa cobertura de uma maneira horizontal. Isso faz sentido? Vamos pensar sobre isso: quando um bólido atinge a superfície da Lua, o regolito é o primeiro material a ser ejetado e irá viajar mais longe. Enquanto que a energia do impacto é dispersada, mais material é ejetado da cratera formada rapidamente, continuando a formar cobertura de material ejetado. A última parte de material ejetado virá das partes mais profundas da cratera e irá se depositar próximo do anel da cratera, exatamente como esses pedaços de rochas vistos aqui. Esse é o conceito por trás desse processo, ou seja, a habilidade de criar uma seção vertical de uma área simplesmente movendo-se através do material ejetado que cobre a superfície. Esse conceito, usando travessias radiais em uma cobertura de material ejetado para que ela fosse amostrada estratigraficamente na vertical foi testada tanto em laboratório durante os anos de 1960 como pela Apollo 14 em 1971. Os astronautas Alan Shepard e Edgar Mitchell tentaram alcançar o anel da cratera Cone e amostraram a cobertura de material ejetado em várias localizações durante a sua travessia. Infelizmente para eles, a paisagem gentilmente ondulada ao redor da cratera Cone obscureceu o anel da cratera de sua visões e os forçaram a retornarem de suas travessias sem fotografar o interior da cratera. Contudo, análises posteriores da fotografia da travessia, combinadas com imagens orbitais revelaram que estavam muito próximo do anel da cratera. Os astronautas chegaram a incríveis 30 metros do anel da cratera, de modo que suas amostras representam o material mais profundo escavado pelo impacto. Essa experiência e o experimento mostraram que uma travessia radial foi o método apropriado para amostrar a estratigrafia vertical. As imagens de alta resolução obtidas com a câmera NAC da sonda LRO, juntamente com a topografia derivada de modelos digitais de terreno irão garantir que os futuros exploradores da Lua estarão no anel da cratera quando fizerem uma travessia radial sobre a cobertura de material ejetado.
Fonte: Ciência e Tecnologia : http://cienctec.com.br/wordpress/?p=17210

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