Sol é mais lento do que se pensava
Astro está viajando a 23,2 quilômetros por segundo. Anteriormente, acreditava-se que essa velocidade era de 26,3 quilômetros por segundo
Concepção artística da heliosfera (em azul), região que compreende a energia emanada pelo Sol e seu campo magnético (Nasa)
O Sol está se movendo mais lentamente do que se pensava. A descoberta ajuda a entender, entre outras coisas, a quantidade de radiação que entra no Sistema Solar e tem impacto nas tecnologias que serão usadas para proteger humanos em viagens espaciais. O estudo será publicado nesta sexta-feira na revista Science. O Sol viaja pelo espaço interestelar (é o espaço que separa o Sistema Solar de outras estrelas) dentro de uma bolha de vento solar e um campo magnético chamado heliosfera. O limite dessa região, onde o vento solar interage com o resto da galáxia, marca a fronteira do Sistema Solar. Ela recebe o nome em inglês de 'bow shock', ou 'choque em arco'. De acordo com os cálculos feitos pelos cientistas do Southwest Research Institute, no Texas, Estados Unidos, o Sol está viajando a 23,2 quilômetros por segundo - ou mais de 83 500 km/h. Anteriormente, acreditava-se que essa velocidade era de 26,3 quilômetros por segundo. Pode parecer uma diferença pequena, mas é o suficiente para que a interação do Sol com a heliosfera seja mais fraca. Na ponta do lápis, isso quer dizer que o choque em arco (bow shock) não existe. Ou seja, o vento solar perde energia mais gradualmente e o que se tem é uma onda em arco, em vez de choque. "No novo estudo, é como se o Sol e sua heliosfera formassem um avião se movendo no meio interestelar. Mas em vez de estar se movendo como um supersônico, ele está se movendo como um avião normal", diz Gustavo Lima, astrofísico brasileiro do Institut de Planétologie et d'Astrophysique de Grenoble, na França.
Proteção contra raios cósmicos
Entender a interação do Sol com o meio interestelar é importante pois permite aos astrônomos calcular a quantidade de raios cósmicos que entra no Sistema Solar. Essa radiação é nociva aos seres humanos. Qualquer viagem ao espaço precisa levar em conta a proteção contra os raios cósmicos. Os astrônomos analisaram dados coletados pelo Interstellar Boundary Explorer (IBEX), uma pequena sonda da Nasa, a agência espacial americana, que mede a natureza da interação de partículas na fronteira do Sistema Solar.
SAIBA MAIS
BOW SHOCK (CHOQUE EM ARCO)
"Bow shocks" são estruturas muito observadas na astrofísica. Elas ocorrem quando um meio com gás denso se move em velocidade supersônica e se choca com outro meio de densidade similar, mas bem mais lento. O gás que se move em velocidade supersônica atinge a parede de gás lento e é desacelerado bruscamente, perdendo praticamente toda sua energia em um curto espaço de tempo, até que sua velocidade fique menor que a do som no meio interestelar.
Fonte: http://veja.abril.com.br
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