Hubble capta estrela arrancando atmosfera de exoplaneta
HD 189733b fica a 60 anos-luz da Terra e foi analisado em Paris. Gigante gasoso similar a Júpiter recebe muito mais radiação que nós.
Desenho artístico mostra evaporação da atmosfera do planeta HD 189733b após uma poderosa erupção de sua estrela. O Telescópio Espacial Hubble detectou os gases emitidos e o satélite Swift, também da Nasa, captou a explosão estelar, a cerca de 60 anos-luz de distância da Terra (Foto: Centro Espacial Goddard/Nasa)
O telescópio Hubble, da agência espacial americana (Nasa), captou a evaporação da atmosfera de um planeta distante do Sistema Solar, segundo informou nesta quinta-feira (28) a Agência Espacial Europeia (ESA). As conclusões do estudo serão publicadas na próxima edição da revista "Astronomy & Astrophysics". O planeta HD 189733b, situado a cerca de 60 anos-luz de distância da Terra, recebe um brilho tão intenso de sua estrela que perde pelo menos mil toneladas de gás por segundo. Os cientistas, liderados por Alain Lecavelier des Etangs, do Instituto de Astrofísica de Paris, observaram a atmosfera desse gigante gasoso similar a Júpiter, que orbita ao redor da estrela HD 189733A, em dois momentos diferentes: no início de 2010 e no final de 2011. A análise do HD 189733b tem importância não só para entender os planetas similares a Júpiter. Os cientistas pensam que as "super-Terras" rochosas descobertas recentemente poderiam ser restos de planetas como esse depois da evaporação total de suas atmosferas. O HD 189733b e sua estrela ficam separados por cerca de 5 milhões de quilômetros, uma distância 30 vezes menor que da Terra até o Sol. É por isso que esse planeta se aquece até superar os mil graus, embora o calor não seja suficiente para provocar a evaporação de sua atmosfera. "A primeira série de observações foi realmente decepcionante, pois não mostravam nenhum rastro da atmosfera. Só nos demos conta de que tínhamos casualmente captado algo mais interessante durante a segunda sessão", explicou Lecavelier. Nesse momento, a estrela do planeta apresentava uma radiação de raios X que quadruplicava sua luminosidade. "Não só confirmamos que algumas atmosferas de planetas se evaporam, mas observamos como variam as condições físicas da evaporação com a passagem do tempo. Ninguém tinha conseguido isso até então", ressaltou. Os astrofísicos calculam que esse exoplaneta ou planeta extrassolar – todo astro cuja órbita não é ao redor do Sol – recebeu uma radiação de raios X três milhões de vezes superior à que a Terra recebe do Sol. "A HD 189733A emitiu o brilho de raios X mais intenso já observado até agora, e parece muito possível que o impacto do calor sobre o planeta possa ter provocado a evaporação observada horas mais tarde pelo Hubble", explicou Peter Wheatley, da universidade britânica de Warwick.
Fontes: G1 / INOVAÇÃO TECNOLÓGICA
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