Novo pulsar com 2,04 vezes a massa do Sol poderá acabar com a teoria da relatividade de Einstein

A astronomia tem um novo campeão peso-pesado: Um pulsar tão pequeno que poderia caber no meio de Manhattan, em Nova York, pesando 2,4 vezes a massa do Sol.
O pulsar encontrado poderia ser usado para ajudar a explicar e entender a teoria da relatividade de Einstein, embora sua própria existência coloque a teoria em risco. Os pulsares são corpos estelares que giram rapidamente varrendo o céu com um feixe, exatamente como um farol, enviando ondas de rádio cada vez que gira. Os mais rápidos pulsares em sistemas binários estão em conjunto com estrelas ou anãs brancas. A rotação desses sistemas binários acaba roubando material um do outro, ocorrendo uma “dança” cósmica por milhões de anos, até que os dois objetos colidam e se fundam. De acordo com a teoria da relatividade de Einstein, que descreve como funcionaria a gravidade, dois corpos estelares como este pulsar provocam fortes ondulações no espaço-tempo, gerando ondas gravitacionais. Embora as ondas gravitacionais ainda não tenham sido diretamente observadas, os pesquisadores possuem fortes evidências de sua existência.
 
Uma das evidências é justamente o estudo de pulsares em sistemas binários, o que corrobora as afirmações de Einstein. Seu nome? J0348 0432. Recentemente coroado como o pulsar mais pesado já encontrado; o achado só foi possível graças às observações do Telescópio Green Bank, localizado em Virgínia, EUA. A descoberta veio da astrônoma Victoria Kaspi da Universidade McGill, Canadá. Ela e seus colegas identificaram este pulsar que emite ondas de rádio a cada 39 milissegundos. Ele está em uma órbita binária muito próxima de uma anã branca, um tipo menos denso de ‘estrela cadáver’, pesando apenas 0,172 vezes a massa do Sol.
 
O recorde anterior de um pulsar era de 1,97 vezes a massa do Sol. J0348 0432 possui 2,04 vezes, um recorde. Segundo Kaspi, em algumas alternativas da gravidade a teoria da relatividade de Einstein torna-se impossível para explicá-las. A relatividade geral de Einstein não consegue explicar corretamente esse sistema binário, pois entende o comportamento do pulsar, mas não da anã branca. Segundo a pesquisadora, a gravidade nesse sistema binário forma ondas gravitacionais extras, tornando as distâncias entre os dois objetos menor em um tempo muito pequeno. O novo recorde acima de 2 massas solares poderá fazer com que tenhamos que voltar para a prancheta de desenho e pensar em modificações na teoria da relatividade geral de Einstein”, disse Feryal Ozel da Universidade Estadual do Arizona. Ozel está aguardando para confirmar algumas incertezas sobre o novo pulsar, mas ele diz que está preocupado, pois 2,04 vezes a massa solar obrigará os cientistas a reformularem completamente a famosa teoria criada por um dos maiores cientistas de todos os tempos.
Fonte: Jornal Ciência

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