Buraco negro no centro da Via Láctea se prepara para uma refeição
Durante o próximo mês de agosto, o centro da nossa galáxia deve engolir uma nuvem de gás com massa três vezes maior do que a da Terra.
Fonte da imagem:Reprodução/WikimediaCommons
Eis algo que não se vê todo dia: um buraco negro se alimentando. De acordo com astrônomos, o enorme Sagittarius A* (ou Sag A*), localizado no centro da Via Láctea, deve engolir até a metade do ano uma nuvem de gases com massa três vezes maior do que a da Terra. Naturalmente, a ocasião é festejada pela astronomia, sendo a primeira oportunidade de entender como um buraco negro atrai objetos para o seu centro. Durante o próximo mês de agosto, a nuvem de gás conhecida como G2 passará a uma distância de 36 anos-luz de Sag A* (sete vezes a distância entre Plutão e o Sol, para efeitos de comparação). Segundo os estudiosos, os resultados da aproximação dependem diretamente da natureza do G2.
“Espaguetificação”
Quando se fala em “nuvem de gás”, entretanto, vale notar: não há um consenso absoluto sobre a natureza da enorme massa que se aproxima de Sag A*. Caso se trate realmente de um amontoado gasoso, o esperado é que o fenômeno se desdobre em uma “espaguetificação” — uma desagregação progressiva do material do G2, seguindo o movimento natural da galáxia. Dessa forma, ao ser engolida pelo buraco negro, a nuvem será superaquecida e passará a emitir raios X, os quais poderão ser detectados da Terra. Dependendo da velocidade com que o material seja captado, pode se tratar de um processo capaz de se estender por vários anos.
G2 também pode ser outra coisa...
Embora a ideia uma nuvem de gás pareça ser a mais aceita, alguns astrônomos defendem que o G2 pode ser os restos de um protoplaneta (planeta em formação) — uma formação com poeira e rochas — ou mesmo uma estrela. Para qualquer um dos casos, entretanto, o resultado seria o mesmo: a estrutura possivelmente passaria incólume pelo Sag A*.
Há perigo por estas bandas?
A despeito de poder servir como alimento para teóricos do apocalipse — que, assim como um buraco negro, parecem poder se alimentar de qualquer coisa —, é bastante improvável que a refeição de Sag A* gere qualquer tipo de cosequência por aqui. E isso sobretudo pela considerável distância: a Terra está localizada na periferia da Via Láctea, a uma distância de 27 mil anos-luz do centro da galáxia. Mas isso também significa outra coisa: G2 (seja lá o que for) passou pelo buraco negro há 27 mil anos. Nós veremos o evento apenas agora porque o tempo foi necessário para que a luz viajasse todo o caminho até aqui.
Invisível desde a década de 1970
Foi em 1974 que os astrônomos se deram conta de que algo com uma imensa quantidade de massa ocupava a posição central da Via Láctea. Entretanto, não obstante os estudos intensos, jamais foi possível observar diretamente Sag A*. Em primeiro lugar, porque há uma enorme quantidade de poeira ocupando o espaço até o ponto em que se encontra o buraco negro. Em segundo, porque a gravidade em uma estrutura semelhante é tão incrivelmente intensa que nem mesmo a luz consegue escapar. Dessa forma, a “observação” de Sag A* é possível apenas por meio da captação de raios infravermelhos — pelos quais se determinou, por exemplo, que se trata de uma massa de 4,31 milhões de sóis. A ciência se ocupa atualmente em descobrir qual é exatamente o papel dos buracos negros na formação das galáxias.
Invisível desde a década de 1970
Foi em 1974 que os astrônomos se deram conta de que algo com uma imensa quantidade de massa ocupava a posição central da Via Láctea. Entretanto, não obstante os estudos intensos, jamais foi possível observar diretamente Sag A*. Em primeiro lugar, porque há uma enorme quantidade de poeira ocupando o espaço até o ponto em que se encontra o buraco negro. Em segundo, porque a gravidade em uma estrutura semelhante é tão incrivelmente intensa que nem mesmo a luz consegue escapar. Dessa forma, a “observação” de Sag A* é possível apenas por meio da captação de raios infravermelhos — pelos quais se determinou, por exemplo, que se trata de uma massa de 4,31 milhões de sóis. A ciência se ocupa atualmente em descobrir qual é exatamente o papel dos buracos negros na formação das galáxias.
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