Investigando alguns mistérios do cinturão de asteróides
Entre as órbitas de Marte e do
distante Júpiter existem centenas de milhares de corpos rochosos conhecidos
como cinturão de asteróides. Muitos sistemas solares devem conter cinturões
como esse, que em filmes de ficção científica normalmente são apresentados como
rochas que não permitiriam a mínima locomoção para qualquer astronauta. Pode
ser assim em outros sistemas, mas no nosso os corpos rochosos estão bem
distantes uns dos outros.
A sonda Dawn está investigando
o segundo maior corpo do cinturão, o Vesta. Em 2015, ela deve continuar em
órbita no maior objeto celeste, o Ceres, responsável por quase um terço da
massa do cinturão de asteróides, sendo maior do que Plutão. Dawn é a primeira
sonda a orbitar um corpo celeste – quem dirá dois – no cinturão. Com isso,
alguns de seus mistérios estão sendo desvendados:
Origem dos asteróides
separados
A teoria mais aceita sobre as
rochas esparsas em nosso cinturão é que isso teria sido resultado da
interferência gravitacional dos grandes planetas vizinhos. Com as futuras
descobertas e aprendizado das localizações dos cinturões de asteróides em
outros sistemas solares, será possível confirmar a teoria.
Secos e molhados
Vesta e Ceres são
relativamente próximos, mas são muito diferentes. Essencialmente, Vesta é
"seco", enquanto Ceres é "molhado". O primeiro corpo
celeste é parecido com a Lua e com a Terra, com núcleo de ferro. Ceres, por sua
vez, está mais parecido com água e gelo. Os cientistas acreditam que a razão
por trás das composições contrastantes tem a ver com quando os corpos foram
formados. Vesta teria sido formado apenas alguns milhões de anos antes de
Ceres, o suficiente para se tornar quente e seco. Ceres, por sua vez, foi
refrigerado por fora.
Muita Vesta, pouco Ceres
Se Vesta, como sugere a
teoria, se formou antes de Ceres, isso pode explicar o mistério de por que há
tão poucos asteróides do tipo de Vesta no cinturão. A maioria dos casos
conhecidos parecem ter vindo do próprio Vesta, tendo sido arrancados por uma
colisão muito tempo atrás. A colisão teria resultado em uma explosão, lançando
alguns fragmentos do asteróide para a Terra – cerca de 20 meteoritos foram
encontrados, mas nenhum parece ter se originado de Ceres.
Isso porque mesmo que pedaços de gelo se
desprendessem de Ceres, eles se desintegrariam com o calor na entrada da
atmosfera da Terra. A Dawn irá estudar a superfície de Ceres para avaliar essa
hipótese. Outra teoria para os meteoritos de Vesta terem chegado por aqui e os
de Ceres não é a gravidade de Júpiter, que ajudaria no bombardeamento de muito
mais estilhaços de Vesta em nosso caminho.
Portadores da vida e da
morte?
Durante o planejamento da missão Dawn, alguns cientistas expressaram preocupação sobre o envio da sonda para Ceres, pois ele seria um interessante objeto de astrobiologia. Como ele tem água e uma boa temperatura sob a superfície, é possível que a missão pudesse contaminar o asteróide. Com essas condições, seria possível alguma manifestação de vida em Ceres, e esse é um dos estudos que a futura missão da Agência Espacial Norte-Americana (NASA) pretende realizar.
Se existir vida em algum
asteróide do cinturão, eles poderiam responder até pela origem da vida na
Terra, já que a teoria da panspermia sugere que a vida não começou aqui, mas
que foram desenvolvidas em outros lugares, sendo entregues na Terra a partir de
um meteorito. Asteróides têm tido um grande impacto sobre a vida na Terra. Um
acabou com os dinossauros do nosso planeta e outro pode ter dado origem a água.
Asteróides não são ruins nem bons, mas trazem mudanças significativas para o
nosso planeta.
Fonte: ufo.com.br
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