Nova técnica identifica famílias de asteroides
As famílias de asteroides são formadas por partes de asteroides de grandes
dimensões que colidem. [Imagem: NASA/JPL-Caltech]
Famílias de asteroides
Um grupo internacional de astrônomos, liderados por pesquisadores da
Universidade Estadual Paulista (Unesp) de Guaratinguetá (SP), desenvolveu um
novo método para identificar famílias de asteroides. As famílias de asteroides são formadas por partes de asteroides de grandes
dimensões que, ao colidirem, se despedaçam em fragmentos de tamanhos diferentes,
originando as famílias de asteroides. Ao serem ejetados, esses fragmentos tendem a viajar em trajetórias
semelhantes em torno do Sol e se afastam gradualmente uns dos outros ao longo do
tempo. Alguns pedaços acabam em órbitas instáveis, que os desviam para perigosas
incursões no Sistema Solar, e outros objetos passam a integrar as populações de
asteroides próximos da Terra. O novo método permite identificar membros de famílias de asteroides com
melhor precisão do que os existentes hoje", disse Valério Carruba, primeiro
autor do estudo.
Deficiências do método atual
A fim de identificar famílias de asteroides, atualmente são utilizados
modelos baseados no levantamento de objetos rochosos que estão próximos a um
asteroide de grande porte, dada uma certa distância entre eles. O problema desses métodos, de acordo com o pesquisador, é que eles levam em
conta apenas os chamados "elementos próprios", isto é, a posição orbital dos
objetos rochosos, não considerando aspectos como cores e a quantidade de luz que
refletem - chamada albedo geométrico -, uma vez que os asteroides de uma mesma
família possuem a mesma cor em luz visível e refletem quantidades semelhantes de
luz. Em função disso, muitos objetos identificados atualmente como membros das
famílias de asteroides existentes são, na realidade, "intrusos"
(interlopers) que passaram a ocupar ou já ocuparam a mesma região
orbital.
Carruba desenvolveu agora um método que combina a posição orbital, as cores e
o albedo geométrico para identificar as famílias de asteroides. Com o novo método é possível diminuir bastante a probabilidade de classificar
objetos intrusos como membros de determinadas famílias. "O novo método tem alta eficiência para identificar objetos que têm alta
probabilidade de fazer parte de famílias reais de asteroides, pois permite
delimitar o número de intrusos. Isso melhora a identificação dos limites
orbitais ocupados para cada grupo", explicou.
O desenvolvimento do novo método foi possibilitado pelos dados fornecidos
pelas missões espaciais SDSS
(Sloan Digital Sky Survey) e WISE (Wide-field Infrared Survey Explorer), ambas da NASA. Por meio desses catálogos, os pesquisadores têm acesso aos dados de
fotometria de asteroides, como suas cores e a luz que emitem em várias bandas.
Quanto maior o objeto, mais calor desprende e, quando o tamanho de um asteroide
pode ser medido, é possível determinar suas propriedades reflexivas. Ainda não estão disponíveis informações sobre a posição orbital, cores e
albedos geométricos de todos os asteroides", disse Carruba. "Mas, mesmo com esse
número reduzido de objetos menores, é possível determinar com maior precisão as
famílias de asteroides", afirmou.
Fonte: Inovação Tecnológica
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