Detectada agua na superfície da Lua que indica uma origem profunda
Uma pesquisa lunar financiada pela NASA tem encontrado evidências de que a água pode estar presa em grãos minerais na superfície da Lua e que ela vem de uma fonte desconhecida e profunda abaixo da superfície do nosso satélite. Usando dados do instrumento Moon Mineralogy Mapper (M3) da NASA a bordo da sonda da Organização de Pesquisa Espacial Indiana, Chandrayaan-1, os cientistas remotamente detectaram água magmática, ou água que se originou do interior profundo da Lua, na superfície do satélite. As descobertas foram publicadas na edição de 25 de Agosto de 2013 da revista Nature Geoscience, e representa a primeira detecção dessa forma de água a partir da órbita lunar. Estudos anteriores tinham mostrado a existência da água magmática em amostras lunares que vieram para a Terra durante o programa Apollo da NASA.
O instrumento M3 imageou a cratera de impacto lunar Bullialdus, que se localiza perto do equador lunar. Os cientista estavam interessados em estudar essa área pois eles poderiam quantificar da melhor forma possível a quantidade de água dentro das rochas devido à localização da cratera e ao tipo de rocha que ela possui. O pico central da cratera é feito de um tipo de rocha que se forma nas profundezas da crosta lunar e no manto quando o magma é trapeado na subsuperfície. “Essa rocha, que normalmente reside nas profundezas da subsuperfície, foi escavada das profundezas lunares pelo impacto que formou a cratera Bullialdus”, disse Rachel Klima, uma geóloga planetária no Laboratório de Física Aplicada da Universidade Johns Hopkins, em Laurel, Md.
“Comparado com a região ao redor, nós descobrimos que a porção central dessa cratera contém uma quantidade significante de hidroxila – uma molécula consistindo de um átomo de oxigênio e um átomo de hidrogênio – que é a evidência que as rochas nessa cratera contêm água que se originou das profundezas da superfície lunar”, disse Klima.
Em 2009, o instrumento M3 forneceu o primeiro mapa mineralógico da superfície lunar e descobriu moléculas de água nas regiões polares da Lua. Acredita-se que essa água seja uma fina camada formada pelo vento solar que atingiu a superfície da Lua. A cratera Bullialdus está numa região com um ambiente não favorável para o vento solar para produzir quantidades significantes de água na superfície. Missões da NASA como a Lunar Prospector e a Lunar Crater Observation e instrumentos de sensoriamento como o M3 têm obtidos dados cruciais que fundamentalmente mudaram o nosso entendimento sobre se a água existe na superfície da Lua”, disse S. Pete Worden, diretor de centro do Ames Research Center da NASA em Moffett Filed, na Califórnia. “Similarmente, nós esperamos que as próximas missões da NASA como a Lunar Atmosphere and Dust Environment Explorer, ou LADEE, possam mudar o nosso entendimento sobre o céu lunar”.
A detecção da água interna da órbita significa que os cientistas possam começar a testar algumas das descobertas dos estudos amostrais num contexto mais amplo, incluindo regiões que são distantes dos locais onde as naves da missão Apollo pousaram. Por muitos anos, os pesquisadores acreditavam que as rochas da Lua eram secas e que a água detectada nas amostras da Apollo foram contaminações provenientes da Terra.
“Agora, que nós detectamos a água que provavelmente se originou no interior da Lua, nós podemos começar a comparar essa água com outras características da superfície lunar”, disse Klima. “Essa água magmática interna também fornece pistas sobre os processos vulcânicos na Lua e sobre sua composição interna, que ajuda a endereçar questões sobre como a Lua se formou, e como os processos magmáticos se alteraram à medida que a Lua se resfriou”.
O instrumento Moon Mineralogy Mapper foi selecionado como uma Mission of Opportunity pelo NASA Discovery Program. O Laboratório de Propulsão a Jato da NASA, em Pasadena, na Califórnia, desenhou e construiu o Moon Mineralogy Mapper e é o lar do seu gerente de projeto, Mary White. O JPL gerencia o programa para o Science Mission Directorate da NASA em Washington. Carle Pieters da Universidade Brown, em Providence, foi o principal pesquisador. Joshua Cahill e David Lawrence do APL e Justin Hagerty do Astrogeology Science Center do U.S. Geological Survey em Flagstaff, Arizona, são coautores do artigo. A sonda Chandrayaan-1 foi construída, lançada e é operada pela Organização de Pesquisa Espacial Indiana.
Fonte: NASA
Comentários
Postar um comentário
Se você achou interessante essa postagem deixe seu comentario!