Nasa decreta "morte" do Ison, o cometa mais observado de todos os tempos
Cometa não foi o mais brilhante já registrado, como se pensou na época de sua descoberta
Imagem da Nasa mostra o ponto onde o cometa Ison deveria ter aparecido, após sua passagem pelo Sol (NASA/SDO)
Desde de 28 novembro, quando o cometa Ison atingiu seu ponto mais próximo do Sol, cientistas ao redor do mundo debatem o que pode ter acontecido com ele. Com o passar dos dias, as chances de que o Ison tivesse sobrevivido foram diminuindo, e teve início uma busca por algum fragmento. Nesta terça-feira, a Nasa anunciou a "morte" do cometa, colocando fim à procura e às expectativas de que ele se tornasse um dos corpos celestes mais brilhantes já vistos. No dia da aproximação máxima do Ison com o Sol, a Agência Espacial Europeia (ESA) divulgou que o cometa havia se desintegrado, para mais tarde retornar à incerteza. Quando a hipótese do desaparecimento parecia a única provável, um brilho foi visto por trás do Sol, próximo do local onde o Ison era esperado.
Restava saber se o efeito era causado apenas por destroços, ou se parte do núcleo havia sobrevivido. A luminosidade, porém, se apagou pouco tempo depois, deixando claro que a trajetória de uns dos cometas mais esperados dos últimos tempos havia chegado ao fim. Nasa – Nesta terça-feira, a Nasa anunciou em comunicado a “morte oficial” do Ison. Cientistas da agência espacial americana apresentaram um estudo sobre os últimos dias do cometa na reunião de outono da União Americana de Geofísica, em São Francisco, nos Estados Unidos. De acordo com os pesquisadores, o corpo celeste perdeu muita massa antes do periélio (ponto de maior proximidade com o Sol) e provavelmente se desintegrou durante a aproximação.
“A história deste cometa começa com a formação do Sistema Solar”, afirma Karl Battams, astrofísico da Nasa. Há milhares de anos, algum evento espacial (provavelmente a passagem de uma estrela), desviou o Ison de sua órbita na nuvem de Oort, uma espécie de cinturão de rochas, fazendo-o partir na direção do Sistema Solar. O cometa foi visto pela primeira vez em setembro de 2012, pelos astrônomos russos Vitali Nevski e Artyom Novichonok. Quando o Ison teve sua órbita mapeada, os cientistas notaram que ele deveria se aproximar muito do Sol, tornando-o um bom objeto de estudo. A partir daí, teve início uma campanha mundial de observação do cometa, que atingiu níveis sem precedentes. Somente a Nasa teve doze pontos de observação no espaço voltados para o Ison.
Descoberta e expectativas
À época de sua descoberta, ainda a uma grande distância do Sol, o Ison já tinha um brilho relativamente forte. Isso levou especialistas a acreditar que ele ficaria muito brilhante quando se aproximasse do Sol, e especular que ele poderia ser o cometa mais brilhante já registrado, visível até à luz do dia. Com o passar do tempo, o Ison não apresentou a evolução esperada. Em julho deste ano já havia previsões de que ele não seria tão brilhante, uma vez que sua luminosidade permanecia estável desde janeiro. Em novembro, ao se aproximar do periélio, o Ison começou a brilhar dez vezes mais, chegando ao limite da visibilidade a olho nu.
Os cientistas estimam que o núcleo do cometa fosse pequeno, com cerca de 500 a 800 metros, o que ajuda a explicar porque ele não sobreviveu ao encontro com o Sol, quando o calor intenso e a força gravitacional do astro levaram Ison a se fragmentar. De acordo com a Nasa, apesar da trajetória do Ison ter chegado ao fim de forma inesperada, a quantidade de dados coletados durante sua passagem vão permitir diversos estudos posteriores.
Fonte: Veja
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