Sonda MESSENGER pronta para última tournée de Mercúrio
A primeira sonda a orbitar Mercúrio está quase sem combustível. Depois de quase quatro anos em órbita e de descobrir água gelada, compostos orgânicos e o núcleo de ferro do planeta, a MESSENGER da NASA vai fazer um último impulso propulsor no dia 21 de Janeiro. Os engenheiros esperam que a queima de 120 segundos dê à nave espacial uma subida de 80 quilómetros e que a mantenha aí até Março. Mas antes disso, à medida que a MESSENGER passa num ponto mais próximo do planeta, vai aquecer tanto que a solda que segura alguns instrumentos pode derreter.
O para-sol da MESSENGER foi desenhado para resistir a temperaturas de 350º C. O problema, diz o engenheiro da missão Dan O'Shaughnessy, é que o planeta irradia calor de volta aos instrumentos que se escondem por trás da sombra. A solda derrete quando as regiões à sombra aquecem até 185º C, o que acontecerá quando a altitude da MESSENGER descer abaixo dos 26 km. "Quando desenhámos o veículo sabíamos, claro, a temperatura de fusão [da solda], mas não antecipávamos operar durante tanto tempo e a estas baixas altitudes," comenta O'Shaughnessy.
Durante esse tempo, a nave vai obter uma vista sem precedentes da superfície craterada de Mercúrio, capturando dados sobre o seu campo gravítico, conteúdos das crateras e composição da superfície.A gravidade irregular do planeta faz com que o local da eventual queda da MESSENGER seja difícil de determinar. Mas provavelmente vai colidir com a superfície no lado escuro, onde ficará fora de vista até 2024, quando a missão BepiColombo da ESA chegar ao planeta.
O'Shaughnessy diz que a equipa ponderou pedir a ajuda de uma sonda solar, como a SDO (Solar Dynamics Observatory) ou a SOHO (Solar and Heliospheric Observatory), para ouvir a assinatura de rádio do momento da morte da MESSENGER. Para marcar o final da missão, a equipa da MESSENGER está a levar a cabo um concurso público para dar o nome a cinco crateras de Mercúrio, com base em qualquer artista, compositor ou escritor famoso há mais de 50 anos e falecido há mais de três. Pode participar no concurso até dia 15 de Janeiro.
Fonte: Astronomia OnLine - Portugal
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