Por mais que diversos astrônomos espalhados pelo mundo estejam de olho no universo, o espaço é muito vasto para sabermos (e entendermos) tudo o que acontece fora da Terra. Há alguns mistérios que abalam os cientistas há tempos, como matéria escura, explosões estelares, energia escura, coroa solar e raios cósmicos. Mas há também descobertas mais recentes com questões ainda sem solução para a astronomia. Veja a seguir alguns exemplos.
Durante uma ronda por Titã (uma das luas de Saturno), a sonda Cassini encontrou uma enorme mancha brilhante. Desde então, astrônomos de todo o mundo estão intrigados com o fenômeno apelidado de ilha mágica. Em julho do ano passado, Cassini sonda da agência espacial americana sobrevoava Ligeia Mare, um lago de metano e etano do polo norte de Titã. Foi quando observou a ilha mágica. Porém, em suas outras passagens pelo local a mancha havia desaparecido. O sumiço deixou cientistas intrigados. Um grupo de pesquisadores resolveu, então, estudar o fenômeno.
Em entrevista à BBC, Jason Hofgartner, um dos autores de um estudo publicado na revista Nature Geoscience, afirmou que ilha mágica é apenas um termo coloquial, pois os cientistas não acreditam que a mancha é uma ilha. Segundo Hofgartner, como a luminosidade surgiu e sumiu rapidamente, é improvável que tenha sido causada por uma ilha vulcânica. É mais provável que o fenômeno tenha acontecido por causa de ondas, bolhas de gás, sólidos flutuantes e sólidos em suspensão. Serão necessárias novas análises para descobrir a causa dessa ilha mágica.
Um grupo de astrônomos detectou um sinal misterioso a 240 milhões de anos-luz de distância da Terra no aglomerado Perseus, um dos objetos de maior massa no Universo. Se a teoria dos cientistas for confirmada, esta pode ser a primeira detecção de matéria escura. Os cientistas ainda não sabem qual é a origem do sinal de raios-X. Mas uma das teorias levanta a hipótese de que ele tenha surgido por causa de uma partícula subatômica chamada neutrino estéril, que pode estar relacionado com a matéria escura. Esse tipo de matéria é invisível, não emite nem absorve a luz.
No entanto, pode ser detectado por meio de sua influência gravitacional sobre os movimentos e aparência de outros objetos, como estrelas ou galáxias. As observações feitas por telescópios espaciais detectaram um comprimento de onda diferente. Os cientistas envolvidos com as observações imaginam que o evento foi causado por neutrinos estéreis, que são pensados para interagir com a matéria comum pela gravidade. Esta, portanto, pode ser a primeira detecção de matéria escura.
Colisão de galáxias
Um time de astrônomos dos Estados Unidos, do Chile e do Brasil descobriu que a NGC 6872 é a maior galáxia em espiral já registrada até hoje, com um tamanho cinco vezes maior do que a Via Láctea. A galáxia fica a 212 milhões de anos-luz da Terra, na constelação de Pavo. Ela já era conhecida por ter uma grande espiral. Mas o recorde de tamanho é resultado de uma colisão com a galáxia vizinha IC 4970. O telescópio espacial Galex (Galaxy Evolution Explorer), da Nasa (agência espacial americana) mostrou que a colisão tornou a galáxia NGC 6872 ainda maior. Isso porque a galáxia que colidiu com a NGC 6872 espalhou estrelas por toda parte.
Medida de ponta a ponta de seus dois braços espirais, a galáxia se estende por mais de 522.000 anos-luz. O que intriga os pesquisadores é que apesar de acreditarem que galáxias crescem e engolem vizinhas menores, a interação entre a NGC 6872 e a IC 4970 parece agir no sentido oposto. Isso espalha as estrelas que poderão ainda formar uma nova galáxia de pequeno porte.
Alinhamento em nebulosas
Astrônomos acharam um alinhamento misterioso em nebulosas com forma de borboleta. As nebulosas se formam em locais diferentes e têm características diversas. Mas as chamadas bipolares são conhecidas por formar ampulhetas ou borboletas fantasmagóricas em torno das suas estrelas progenitoras. Um estudo mostra semelhanças surpreendentes entre algumas destas nebulosas: muitas delas alinham-se no céu da mesma maneira. Mas o grupo das nebulosas bipolares mostrava uma preferência surpreendente por um determinado alinhamento.
Segundo Bryan Rees (Universidade de Manchester), um dos dois autores do estudo, muitas destas borboletas fantasmagóricas parecem ter os seus eixos maiores alinhados ao longo do plano da nossa Galáxia. Os astrônomos sugerem que as nebulosas planetárias são esculpidas pela rotação do sistema estelar a partir do qual se formam, dependendo das propriedades do sistema, como o número de planetas em sua órbita. Mas o alinhamento de nebulosas bipolares indica que algo de estranho acontece nos sistemas estelares de onde surgiram as nebulosas.
Fonte: Exame.com
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