Tudo o que você precisa saber sobre Júpiter
Não passa uma semana sem que o grandão seja alvo de uma nova descoberta
1. Júpiter, na verdade, não gira exatamente em torno do Sol
2. A Grande Mancha Vermelha de Júpiter é um furacão duas vezes maior do que a Terra
4. A lua Europa pode ter água (e vida!)...
5. E na sua lua Io, o céu cai todos os dias
Júpiter e Ganímedes (Foto: NASA/Michael Benson)
Desde que a sonda Juno partiu da Terra rumo a Júpiter, a carinha redonda do maior planeta do Sistema Solar está por todos os lados. Sendo o aparelho humano que chegou mais próximo do paneta até agora, a perspectiva é que tenhamos informações mais precisas. O Sol é o Papa, mas Júpiter é pop. Para que você não perca as contas de quanta coisa incrível pode acontecer em um planeta que abriga um furacão eterno duas vezes maior do que a Terra, a GALILEU listou os fatos essenciais sobre o gigante gasoso.
O comentário do leitor Paulo Henrique define bem a indignação do público com a afirmação acima: "Percebe, Ivair, a petulância da Física?". Os leitores não precisam se preocupar: Júpiter continua dando voltas em torno de sua estrela como qualquer outro planeta. Mas lembre-se: ele é gigante, e tem 2,5 vezes mais massa do que todos os outros corpos do Sistema Solar juntos (juntos!).
Corpos com muita massa exercem uma atração gravitacional considerável sobre tudo que está por perto — é assim que o Sol mantém os planetas orbitando seu entorno. E não há nada melhor que uma boa e velha curvatura no espaço-tempo quando o assunto é interferir no movimento de outros corpos. Se o Sol puxa o planetão para si, Júpiter também puxa o Sol em sua direção. Isso faz com que ambos atinjam um ponto de equilíbrio comum que não corresponde ao centro da nossa estrela. Ou seja: o objeto menor gira em torno do maior, mas ambos giram em torno do baricentro – um centro de gravidade comum.
Júpiter é famoso pelo gigantesco "olho" vermelho que decora sua superfície. Mas acontece que o planetão é uma bola de gás, ou seja: não tem uma superfície rochosa como a Terra e Marte, por exemplo. Agora é só fazer as contas: se a Terra, que é um pequeno rochedo com a atmosfera bem fininha em relação a seu diâmetro, é capaz de dar origem a ciclones, furacões e tornados devastadores, imagine Júpiter, que é uma espécie de atmosfera gigante várias vezes maior do que a Terra?
Resultado: sua mancha é, na verdade, uma tempestade, que já dura milhares de anos, tem duas vezes o tamanho do nosso planeta e não tem data para acabar. É para deixar as águas de qualquer mês de março no chinelo. Entre as descobertas mais recentes sobre a Grande Mancha Vermelha está o fato de que ela traz calor do interior do planeta para sua superfície, aumentando significativamente a temperatura da camada mais exterior da atmosfera.
3. Júpiter tem mais de um movimento de rotação
O gigante gentil do Sistema Solar é um poço de consolo para quem tem mais de 1,90 m e bate a cabeça na escada rolante ou não cabe no banco do ônibus. Afinal, seu tamanho monumental tem efeitos colaterais curiosos. Um dos mais inacreditáveis é que Júpiter não gira todo ao mesmo tempo em torno de si mesmo. Se você leu o item anterior, já sabe que ele é feito inteirinho de gás. E se você já viu qualquer coisa gasosa, sabe que aderência não é o forte deste estado físico. A isso se soma o fato de que a rotação do planeta é muito rápida: ele dá uma volta completa em torno de si a cada 9 horas e 50 minutos, em média. O resultado é o mesmo de quando o ônibus acelera rápido demais e você cai de cara no chão: os polos demoram cerca de cinco minutos a mais que o equador para completar uma volta. Um ótimo jeito de ganhar tempo quando está chegando o dia seguinte e você ainda não terminou um trabalho da faculdade.
Essa você leu por aqui. Europa é a irmã boa de Io, e é o astro do Sistema Solar com maiores chances de conter vida como a conhecemos. O motivo são seus profundos oceanos alienígenas de água salgada – ocultos sob uma imensa camada de gelo, e que podem ter equilíbrio químico similar ao dos nossos. Os detalhes e confirmações necessárias virão com a sonda que a NASA pretende mandar para lá em 2020. A hipótese foi levantada em artigo científico publicado na revista Geophysical Research Letters.
O satélite Io possui elementos sulfurosos, mas não chega a ser um spa cósmico para banhos medicinais. Sua atmosfera é quase toda composta de dióxido de enxofre e a temperatura, por lá, cai muito quando anoitece. Resultado? Todos os dias a atmosfera inteira vai para o chão em forma de neve com cheiro de ovo podre para então sublimar e voltar em estado gasoso para o céu assim que o galo canta. Feita por astrônomos de vários países por meio de observações do telescópio Gemini, a pesquisa foi publicada no Journal of Geophysical Research.
6. Além de tudo, Júpiter tem anéis
O sistema de anéis de Júpiter foi visto pela primeira vez na visita da sonda Voyager I ao planeta em 1979, e foi o terceiro do tipo a ser encontrado no Sistema Solar. O primeiro, como você deve imaginar, foi o de Saturno. Depois vieram os anéis de Urano. Desde a descoberta, eles foram analisados também pela Voyager II e a Galileo, já na década de 1990. Calma, você não deixou esse pequeno detalhe passar: seus anéis são compostos principalmente de poeira e são invisíveis a praticamente qualquer equipamento disponível na superfície da Terra.
7.O interior de Júpiter é feito de hidrogênio metálico
Você pode estar pensando que, se Júpiter é feito de gás, pode ser uma experiência divertida pular em seu polo norte, atravessar o planeta todo e sair rasgando pelo polo sul. Ledo engano. A questão é que gás parece leve, mas não é: segundo a NASA, a pressão atmosférica no interior de Júpiter seria equivalente a ter 130 mil carros sobre cada quadradinho de 2,5 cm² do seu corpo. Nem Atlas aguentaria o tranco. Felizmente, não há ninguém lá para experimentar a sensação. A não ser mais gás, no caso, o hidrogênio que forma as camadas inferiores da atmosfera joviana. Acontece que nem algo sem cor, cheiro ou forma como o primeiro elemento da tabela periódica sai incólume da experiência: sob essa pressão inimaginável, ele se torna líquido e, na prática, reage a estímulos como uma espécie de metal. O hidrogênio líquido metálico é um estado tão extremo que jamais pode ser recriado em condições experimentais aqui na Terra.
8. O polo norte de Júpiter é diferente do resto do planeta
Em dos cliques mais polêmicos de Juno até agora, a sonda registrou o polo norte do gigante gasoso, e o resultado chocou a NASA: em vez dos cinturões (as faixas características que correm paralelas ao equador do planeta), a Juno encontrou uma superfície azulada lisa com sistemas atmosféricos diferentes dos que existem no resto do planeta.
Fonte: Revista Galileu
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