Astrofísico simula como seria a primeira foto de um buraco negro
Campo gravitacional do objeto
espacial é tão intenso que o torna invisível para humanos e muitos telescópios
ARTE DE BURACO NEGRO FOI FEITA POR
JEAN-PIERRE LUMINET COM UM COMPUTADOR IBM 7040 (FOTO: JEAN-PIERRE LUMINET)
Os buracos negros são
literalmente invisíveis. A força de sua gravidade é tão imensa que nada escapa,
incluindo a radiação eletromagnética, como raios-X, infravermelho, luz e ondas
de rádio, que poderiam permitir a detecção do objeto. Esse ponto sem retorno é
chamado de "horizonte de eventos" – e tem sido foco de observação do
Telescópio Event Horizon (EHT) há anos. A esperança é que ele possa fazer a
primeira fotografia de um buraco negro.
Mas antes do EHT, o
astrofísico Jean-Pierre Luminet ilustrou como o horizonte de eventos poderia
ser. Formando em matemática, ele fez uma simulação computacional de buraco
negro usando o computador IBM 7040 da década de 1960. "Na época, era um
assunto muito exótico e a maioria dos astrônomos não acreditava em sua
existência", ele contou em entrevista ao ScienceAlert. "Queria
explorar a estranha física dos buracos negros e propor mecanismos específicos
que poderiam ajudar a obter assinaturas indiretas de sua própria
existência."
Com os dados do computador,
Luminet usou caneta e nanquim em papel negativo para ilustrar o horizonte de
eventos. A imagem distorcida (acima) mostra como um disco achatado de material
caindo no buraco negro poderia parecer. Não é plano porque a gravidade intensa
do buraco negro está dobrando a luz em torno dele.
"O campo gravitacional
curva tanto os raios de luz perto do buraco negro que a parte traseira do disco
é 'revelada'", explicou Luminet em artigo publicado no arXiv. "A
curvatura dos raios de luz também gera uma imagem secundária que nos permite
ver o outro lado do disco de acreção, no lado oposto do buraco negro do
observador."
O EHT tem se concentrado
registrar em Sagitário A*, buraco negro supermassivo no centro da Via Láctea. É
possível que seus dados retornem como alguns pixels borrados. Se esse for o
caso, astrônomos irão enviar mais telescópios para tentar fazer a fotografia
com melhor qualidade.
Segundo portal ScienceAlert,
o buraco negro Sagitário A* tem um disco de acreção, sugerindo que a simulação
de Luminet pode estar bem perto da realidade.
Fonte: Galileu
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