Astrônomos observam fases agonizantes de uma estrela parecida com o Sol


Os astrônomos que estudam a evolução das estrelas estão acostumados a acompanhar eventos que levam um tempo muito maior que a vida humana para acontecer. Porém, no caso da estrela T Ursae Minoris, ou T UMi, que vem sendo observada a 1 século, os astrônomos detectaram que ela está muito perto de morrer e pode experimentar importantes eventos dentro de décadas. Além disso, mesmo sendo maior que o Sol, a T UMi pode ser classificada como sendo do mesmo tipo do Sol.

Estrelas com massas superioras a 8 vezes a massa do Sol, terminam sua vida numa bela explosão de supernova, evento esse que podemos acompanhar por semanas às vezes. Estrelas menores, contudo, se movimenta numa velocidade bem menor e termina sua vida de maneira bem menos espetacular.

Todas as estrelas que têm massas entre 0.5 e 8 vezes a massa do Sol, eventualmente expelem suas camadas externas, deixando para trás seus núcleos que se transformam numa estrela do tipo anã branca. Os astrônomos sabem disso através de uma combinação entre modelagem e a observação de estrelas em diferentes momentos de suas jornadas. Contudo, o processo é tão lento que nunca foi visto acontecer. Os astrônomos também não conseguiram testemunhar ainda a transição entre os estágios dessa jornada.

Agora, contudo, a Dra. Meridith Joyce, da Australian National University e seus colegas, analisaram o comportamento da T UMi e publicaram o trabalho no periódico The Astrophysical Journal. Desde 1905, os astrônomos amadores registram o brilho variável da estrela, que chega a um fator de 100, na maioria do tempo no ciclo de 310 a 315 dias. Desde 1979 essas variações se tornaram mais rápidas, caindo para 114 dias, e a variabilidade também diminuiu.

Com isso, a Joyce concluiu que a T UMi está expelindo suas camadas externas através de uma série de pulsos cada pulso durando alguns séculos. “A produção de energia na T UMi tem se tornado instável. Durante essa fase, a fusão nuclear incendeia nas profundezas da estrela, causando pulso térmicos”, disse Joyce.

Joyce prevê que nesse ritmo levará entre 30 a 50 anos, para que a T UMi comece a crescer e esfriar novamente. Ela espera estar ainda trabalhando em astronomia para poder verificar sua previsão.

Com base na massa e no tamanho da estrela obtido a partir da modelagem feita por Joyce, a T UMi deve passar por 25 pulsos para emitir todas suas camadas externas, e pelos cálculos faltam ainda algo entre 5 a 10 pulsos.

O Sol tem cerca da metade da massa inicial da T UMi, embora um sexto da T UMi já tinha ido embora. Os pulsos da estrela serão mais curtos e existem poucos deles para esgotar a estrela. “O Sol, tem no mínimo mais uns 5 bilhões de anos de vida antes de entrar na fase de gigante vermelha”. Nesse ponto, o Sol irá se expandir engolindo Mercúrio, Vênus e possivelmente a Terra, antes de declinar, com pulsos ou não, até terminar a sua vida como uma estrela anã branca.

O material que a T UMi está dispensando inclui carbono e nitrogênio, além de quantidade menores de metais como estanho que será absorvido na geração seguinte de estrelas do sistema e pode ajudar a construir novos planetas. 
Fonte: Iflscience.com

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