Estamos mais perto de resolver o mistério do metano em Marte


Os cientistas deram um importante passo em frente na descoberta da misteriosa fonte de metano em Marte, refinando as estimativas do gás na atmosfera do planeta.  O metano que "sopra" de uma enorme cratera em Marte pode ser um sinal de vida ou outra atividade não biológica sob a superfície do planeta. 

A cratera Gale, que mede 154 km em diâmetro e tem aproximadamente 3,8 mil milhões de anos, é considerada por alguns como um antigo leito de um lago. 

A equipe conseguiu melhorar a estimativa do metano usando dados de um satélite, o ExoMars TGO (Trace Gas Orbiter), e do rover Curiosity, que recolhe amostras de rochas, solo e ar para análise a bordo. 

O Dr. John Moores, investigador da Universidade Nacional Australiana (ANU, "Australian National University") mas atualmente na Universidade de York, Canadá, que liderou o novo estudo, disse que os cientistas especularam por mais de uma década qual seria a fonte do metano em Marte. 

"Este novo estudo redefine a nossa compreensão de como a concentração de metano na atmosfera de Marte muda com o tempo, e isso ajuda-nos a resolver o maior mistério sobre a fonte," disse o Dr. Moores.

Penny King, coinvestigadora da ANU, disse que há várias explicações igualmente plausíveis para o metano detetado em Marte.

"Alguns micróbios da Terra podem sobreviver sem oxigénio, bem fundo no subsolo, e libertar metano como parte dos seus resíduos," disse a professora King da Escola de Ciências da Terra da ANU.

"O metano em Marte tem outras fontes possíveis, como reações entre rochas e água ou materiais em decomposição contendo metano."

No ano passado, os cientistas aprenderam que as concentrações de metano mudaram ao longo das estações com um ciclo anual repetível.

"Este trabalho mais recente sugere que a concentração de metano muda ao longo de cada dia," disse o Dr. Moores.

"Nós conseguimos - pela primeira vez - calcular um único número para a taxa de infiltração de metano na cratera Gale em Marte, o que equivale a uma média de 2,8 kg por dia marciano."

O Dr. Moores disse que a equipa foi capaz de conciliar os dados do ExoMars TGO e do rover Curiosity, que parecem contradizer-se um ao outro com deteções de metano muito diferentes.

"Nós fomos capazes de resolver estas diferenças mostrando como as concentrações de metano eram muito baixas na atmosfera durante o dia e significativamente mais altas perto da superfície do planeta à noite, à medida que a transferência de calor diminui," acrescentou.

O estudo, apoiado pela missão MSL (Mars Science Laboratory) da NASA e pela Agência Espacial Canadiana, foi publicado na revista Geophysical Research Letters. A equipa envolveu instituições do Canadá, Austrália, Estados Unidos e França.
Fonte: Astronomia OnLine

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