Pela primeira vez, água é detectada em um planeta que fica em "zona habitável"
Com oito vezes a massa da
Terra, esse planeta é o primeiro encontrado pelos cientistas que possui
indícios de água e está localizado para além do Sistema Solar
Onde há água, há vida? Graças
a informações obtidas pelo telescópio espacial Hubble, pesquisadores
constataram a presença de água em forma de vapor na atmosfera de um planeta que
está localizado para além do Sistema Solar e fica em uma região conhecida como
"zona habitável" — ou seja, possui algumas características que
possibilitam condições mínimas para o possível desenvolvimento de formas de
vida, como uma distância adequada em relação à sua estrela.
Publicada nesta quarta-feira
(11 de setembro) no periódico científico Nature Astronomy, a pesquisa é
considerada um marco na história da Astronomia. "Encontrar água em um
planeta potencialmente habitável é incrivelmente animador. Isso nos traz a uma
questão fundamental: a Terra é única?", escreveu Angelos Tsiaras,
principal autor do trabalho. Veja uma representação artística do planeta:
De acordo com os estudos, o
planeta K2-18b possui oito vezes a massa da Terra e está localizado a 110
anos-luz de nosso planeta (cada ano-luz equivale a 9.461.000.000.000
quilômetros). Ao verificar os dados obtidos pelo Hubble, os pesquisadores
afirmaram que o planeta orbita a estrela anã K2-18 e provavelmente possui uma
atmosfera diferente da Terra, apresentando índices mais severos de radiação e
sendo mais "hostil" ao possível desenvolvimento de vida.
O K2-18b foi descoberto pela
primeira vez em 2015 e é um dos planetas chamados de "super-Terras",
que possui uma massa superior ao nosso planeta, mas não conta com características
tão colossais como Júpiter ou Saturno. Para constatar a presença de vapor de
água, os astrônomos utilizaram um algoritmo para processar as informações
captadas pelo telescópio Hubble: de acordo com o estudo, também foram
identificados os elementos hidrogênio e hélio na atmosfera do K2-18b.
Após a constatação da
presença de água, os cientistas analisarão a possível presença de outras
moléculas que fazem parte da composição química do planeta, além de estimar a
porcentagem de presença de água na atmosfera.
Lançado em 2018, o telescópio
espacial TESS é a aposta dos pesquisadores para que novos planetas
potencialmente habitáveis sejam encontrados nos próximos anos. Nos últimos
meses, o equipamento já detectou diferentes planetas localizados próximos a
estrelas brilhantes. "Com tantas novas super-Terras previstas para serem
encontradas nas próximas décadas, é provável que essa seja a primeira
descoberta de muitos planetas potencialmente habitáveis", afirmou Ingo
Waldmann, co-autor do estudo, em comunicado.
Desde que foi lançado, em 24
de abril de 1990, o telescópio espacial Hubble contribuiu com descobertas
incríveis para a comunidade científica internacional. Localizado a 600
quilômetros de distância da Terra, o equipamento será substituído a partir de
2021 pelo James Webb: os astrônomos afirmam que esse telescópio será cem vezes
vezes mais sensível que o Hubble.
Fonte: GALILEU
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