Uma estrela dentro de... outra!? Conheça HV 2112
Concepção artística
de uma estrela de nêutrons no interior de uma supergigante vermelha. (a imagem
não está em escala).
Esse
fenômeno muito estranho foi proposto primeiramente em 1975 por Kip Thorne e
Anna Zytkow. Eles estavam discutindo o que poderia se parecer uma estrela de
nêutrons (que é uma estrela quente e ultra-densa composta inteiramente por
nêutrons), no interior de uma estrela comum. Depois de muito trabalho eles
escreveram um artigo sobre essas estrelas únicas e as nomearam como Objetos
Thorne-Zytkow (TZO).
A
teoria por trás da formação dessas estrelas sugere que uma estrela vermelha
supergigante engoliu uma estrela morta. (Uma estrela de nêutrons é o produto da
explosão de uma estrela com muita massa. Assim, também podemos chamá-las de
"estrelas mortas"). Um objeto TZO se forma somente quando há um
sistema binário que contém uma estrela de nêutrons e uma supergigante vermelha.
Supergigantes
vermelhas são estrelas colossais em tamanho, que vão de 200 a até 2 mil vezes o
tamanho de nosso Sol. Algumas, se pudessem ser colocadas no lugar de nosso Sol,
ultrapassariam a órbita de Saturno. Já uma estrela de nêutrons tem apenas cerca
de 20 km de diâmetro, mas uma massa de 1.4 vezes a de nosso Sol!
A
matéria em uma estrela de nêutrons é tão densa que uma quantidade de uma colher
de chá dela pesa bilhões de toneladas. Então, como um “pac-man” cósmico e
gigantesco, a supergigante vermelha consome a estrela de nêutrons conforme essa
vai espiralando em direção do núcleo.
Kip
Thorne disse que a fusão criaria uma “couraça de material incandescente em
torno do núcleo de nêutrons – um revestimento que produziria novos elementos à
medida que queima”. O processo único de convecção que acontece no interior de
estrelas TZO resulta em uma grande produção de elementos como rubídio,
estrôncio, ítrio, zircônio, molibdênio e lítio. As estrelas TZO’s são uma das
estrelas vermelhas supergigantes mais luminosas, de acordo com Kip Thorne.
HV
2112 foi descoberta dentro da Pequena Nuvem de Magalhães, conforme previsões
feitas por Thorne e Zytkow, em 2014. Eles encontraram uma grande quantidade de
rubídio, molibdênio e lítio. A Pequena Nuvem de Magalhães orbita a Via Láctea e
é visível a olho nu.
Fonte: Icravescience.com
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