Centenas de estrelas desapareceram - e os pesquisadores não estão descartando alienígenas
Estrelas, quando morrem, fazem um certo
estardalhaço. Esses eventos são conhecidos como supernovas e são bem visíveis
no céu – os chineses já os haviam notado 1.800 anos atrás, por exemplo. Mas e
quando estrelas não morrem, e sim simplesmente desaparecem? Isso pode ter
acontecido e, mais importante ainda, pode ser um sinal da presença de
alienígenas.
Um projeto chamado VASCO, envolvendo
uma equipe de aproximadamente 20 astrônomos e astrofísicos, comparou uma série
de imagens do céu tiradas pelo Observatório Naval dos EUA (USNO) a partir de
1949 com observações do Telescópio Panorâmico Pan-STARRS entre 2010 e 2014.
VASCO é uma sigla em inglês para
“fontes que desaparecem e aparecem durante um século de observações” – ou seja,
o objetivo dessa pesquisa era descobrir objetos que desapareciam
misteriosamente no céu. E pelo menos 100 deles foram identificados.
Fontes de luz misteriosas
Esses eventos – fontes de luz
obscurecidas – podem representar flashes de curta duração ou, possivelmente, o
desaparecimento de um corpo celestial como uma estrela. Enquanto as potenciais
implicações são preliminares, resultados futuros podem ser relevantes para a
astronomia e para a busca por inteligência extraterrestre.
De acordo com uma das
autoras do novo estudo, Beatriz Villarroel, pesquisadora do Instituto Nórdico
de Física Teórica, a descoberta pode indicar uma maneira inesperada de as
estrelas morrerem, ou talvez a presença de civilizações avançadas capazes de
bloquear seu sol com painéis solares.
Metodologia
Utilizando um software para analisar
mais de 600 milhões de fontes de luz em ambos os bancos de dados, os
pesquisadores chegaram a 150 mil candidatos que pareciam ter desaparecido.
Desses, os cientistas selecionaram os
24 mil candidatos mais promissores. Em seguida, examinaram esses candidatos
mais de perto para eliminar possíveis defeitos de câmera e outros incidentes
similares, o que resultou em 100 fontes de luz que sumiram misteriosamente.
Se novas observações confirmarem que os
desaparecimentos representam eventos astronômicos reais, eles podem cair em
duas categorias – naturais ou extraterrestres.
Normal x alienígena
Esses “desaparecimentos” podem ser
eventos comuns representados por breves flashes, como explosões de anãs
vermelhas, estrelas variáveis abaixo da sensibilidade do Pan-STARRS, resíduo de
uma explosão de raios gama, entre outros. Existem ainda explicações naturais
menos comuns, como a “supergigante vermelha”, ou uma estrela que pula a fase de
supernova e entra em colapso diretamente em um buraco negro.
Os cientistas pensam que essas mortes
sem explosão são bastante raras, de forma que seria um pouco mais difícil de
explicar os flashes com elas. Por fim, podemos descobrir novos fenômenos
naturais antes desconhecidos. Uma vez que tudo isso for excluído, aí sim
podemos considerar aliens – afinal, uma teoria astronômica amplamente debatida
é a da existência de sociedades extraterrestres avançadas que tenham
conhecimento suficiente para captar luz e energia de estrelas, bloqueando-as
totalmente de nossa visão.
Próximos passos
O próximo passo dos cientistas é
continuar vasculhando os 150 mil possíveis candidatos, bem como divulgar os
dados publicamente para que astrônomos amadores possam visualizá-los e ajudar
os cientistas a entendê-los. O
lançamento de um novo grande telescópio de pesquisa sinóptica, no final de
2022, também deve acelerar a busca por esses objetos “transitórios”, ou seja,
que desaparecem no céu noturno.
Fonte: POPSCI
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