Novas descobertas que podem revelar a geologia de exoplanetas
Investigadores da The Open University fizeram novas descobertas que podem revelar a geologia de planetas para lá do nosso Sistema Solar.Crédito: Projeto DMPP
Os astrónomos
anunciaram a descoberta de três exoplanetas como parte do projeto DMPP
(Dispersed Matter Planet Project), usando o instrumento HARPS (High Accuracy
Radial Velocity Planet Searcher) acoplado ao telescópio de 3,6 m do ESO em La
Silla, Chile.
A equipe estudou
as estrelas conhecidas como DMPP–1, DMPP–2 and DMPP–3. Os planetas descobertos
DMPP-1b, DMPP-1c, DMPP-1d, DMPP-1e, DMPP-2b e DMPP-3Ab, estão muito próximos
das suas estrelas e são aquecidos a temperaturas de 1100ºC - 1800º C. A estas
temperaturas, a atmosfera e até a superfície rochosa do planeta podem
desaparecer, e parte deste material dispersa-se para formar um fino manto de
gás.
Esta nuvem filtra
a luz estelar, produzindo pistas que permitiram à equipa captar a pequena
fração de estrelas com estes planetas invulgares e muito quentes. Com um estudo
mais aprofundado, a composição química da nuvem pode ser medida, revelando o
tipo de rocha à superfície do planeta quente.
Os planetas
recém-descobertos, nomeadamente DMPP-1d, DMPP-1e e DMPP-3Ab, podem ser a chave
para desvendar a geologia dos planetas rochosos para lá do Sistema Solar.
A professora
Carole Haswell, do Departamento de Astronomia da Open University, Reino Unido,
disse: "estas novas descobertas são muito promissoras para novos estudos.
Devem permitir-nos medir as relações entre a massa, tamanho e composição dos
planetas para lá do nosso próprio Sistema Solar.
"Agora
podemos ver como os planetas em geral são construídos e se o nosso próprio
planeta é típico. Por exemplo, ainda não sabemos se é coincidência que no
Sistema Solar, a Terra e Vénus sejam os maiores objetos rochosos e possuam
ferro como a sua maior fração de massa."
DMPP-1 tem três
super-Terras com massas entre três e dez vezes a da Terra, orbitando a estrela
a cada poucos dias. Também tem um planeta quente tipo-Neptuno que orbita a
estrela a cada 20 dias.
O Dr. Daniel
Staab, ex-aluno de doutoramento da mesma universidade, explicou: "DMPP-1
hospeda um sistema planetário realmente importante com três exoplanetas de baixa
massa cuja composição podemos medir."
DMPP-2b é um
planeta gigante com quase metade da massa de Júpiter numa órbita de cinco dias.
Tinha sido negligenciado em estudos anteriores porque a estrela pulsa, o que
obscurece a assinatura da força gravitacional do planeta em órbita.
Comentando a mais
empolgante destas novas descobertas, o Dr. John Barnes, investigador na Open
University: "DMPP-3 foi uma grande surpresa, estávamos à procura de um
sinal minúsculo indicando um planeta em órbita e de baixa massa, mas a primeira
coisa que encontrámos foi um enorme sinal devido a uma estrela companheira que
não esperávamos!"
A estrela
companheira, DMPP-3B, é apenas massiva o suficiente para sustentar a fusão de
hidrogénio, tem das massas mais baixas de todas as estrelas movidas pelo mesmo
mecanismo que o Sol. Estas estrelas minúsculas são muito ténues e difíceis de
encontrar.
Depois de
contabilizar esta estrela fraca, o Dr. Barnes e a sua equipe encontraram um
planeta, DMPP-3Ab, com duas ou três a massa da Terra que completa uma órbita em
torno da estrela mais brilhante a cada sete dias. O Dr. Barnes concluiu:
"É difícil determinar como este planeta foi formado!"
Fonte: Astronomia OnLine
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