Cientistas analisam cores de asteroides para entender a vida na Terra
A capacidade de correlacionar
dados de telescópios com amostras reais é essencial para futuras missões, seja
para fins científicos ou para mineração espacial.
A cor dos asteroides podem determinar o início da vida na Terra
A missão OSIRIS-REx da NASA
revelou, em estudo divulgado nesta segunda-feira, por que asteroides
semelhantes como Bennu e Ryugu exibem cores diferentes: estão em estágios
distintos de intemperismo espacial. As amostras de Bennu também trouxeram
pistas sobre os blocos de construção da vida na Terra primitiva.
A missão OSIRIS-REx da NASA, que retornou à
Terra em 2023 com amostras do asteroide Bennu, trouxe respostas para um antigo
mistério astronômico: por que asteroides semelhantes apresentam cores
diferentes quando vistos da Terra. A comparação entre Bennu e Ryugu, ambos
ricos em carbono e formados há 4,5 bilhões de anos, revelou diferenças
inesperadas na coloração observada.
Apesar de suas composições
semelhantes, Ryugu parece levemente vermelho, enquanto Bennu apresenta uma
tonalidade azulada. A cientista Michelle Thompson, da Universidade Purdue,
liderou estudos que mostraram que essa diferença não se deve à composição, mas
ao estágio de intemperismo espacial em que cada asteroide se encontra — um
processo causado por radiação solar, raios cósmicos e micrometeoritos.
Novos alvos
A análise revelou que os grãos da
superfície de Ryugu foram expostos ao espaço por apenas alguns milhares de
anos, enquanto os de Bennu estiveram expostos por dezenas de milhares. Isso
indica que ambos passam pelo mesmo ciclo de intemperismo, mas em momentos
diferentes, com Bennu apresentando um estágio mais avançado e, portanto, uma
coloração mais azulada.
Asteroides com pilhas de entulho
renovam suas superfícies com frequência, expondo material novo que reinicia o
ciclo de intemperismo. Essa descoberta permite aos cientistas entender melhor
como a aparência dos asteroides muda com o tempo e como isso pode ser
interpretado a partir de observações feitas da Terra.
Com mais de 1,4 milhão de
asteroides conhecidos, é inviável visitar todos. Por isso, a capacidade de
correlacionar dados de telescópios com amostras reais é essencial para futuras
missões, seja para fins científicos ou para mineração espacial. Saber como o
intemperismo afeta a aparência ajuda na escolha de alvos mais promissores.
Além disso, as amostras de Bennu
revelaram compostos como fosfatos, essenciais para o metabolismo e o DNA,
sugerindo que o asteroide pode ter abrigado condições propícias para o
surgimento de moléculas precursoras da vida. Segundo Thompson, essas descobertas
não revelam vida, mas os blocos de construção que poderiam tê-la originado. Por
serem praticamente intocados desde a formação do Sistema Solar, os asteroides
funcionam como cápsulas do tempo. As missões de retorno de amostras, como a
OSIRIS-REx, permitem aos cientistas decifrar segredos que não podem ser vistos
apenas com telescópios, ampliando nossa compreensão sobre a origem dos planetas
e da vida.
Msn.com

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