Estrelas que não queimam: elas consomem matéria escura

 Astrônomos podem ter descoberto um novo tipo de estrela, chamadas de “anãs escuras”

Imagem via NASA 

Essas estrelas misteriosas poderiam brilhar para sempre ao se alimentar de matéria escura, uma substância invisível que acredita-se formar a maior parte do universo.

Diferente das estrelas comuns, que geram energia queimando combustível nuclear, essas estrelas estranhas seriam movidas pela destruição de partículas de matéria escura, criando uma fonte de luz eterna.

Um novo tipo de estrela

Cientistas sugerem que essas “anãs escuras? são objetos cósmicos totalmente novos, que podem oferecer pistas importantes sobre um dos maiores mistérios do universo: a matéria escura.

Esses objetos, que poderiam estar brilhando levemente no centro da nossa galáxia, a Via Láctea, foram propostos por uma equipe de pesquisadores do Reino Unido e dos Estados Unidos. O estudo foi publicado na revista *Journal of Cosmology and Astroparticle Physics* (JCAP).

Misteriosas anãs escuras podem brilhar eternamente queimando matéria escura invisível – e identificá-las pode finalmente desvendar um dos maiores mistérios do universo. (Conceito artístico.) Crédito: SciTechDaily.com

Como elas surgem

Os cientistas acreditam que as anãs escuras nascem a partir de estrelas chamadas anãs marrons, conhecidas como “estrelas fracassadas? porque não têm massa suficiente para manter a fusão nuclear, que é o processo que faz as estrelas brilharem. Normalmente, as anãs marrons esfriam e apagam com o tempo.

Mas, se uma anã marrom estiver em uma região com muita matéria escura, como no centro da Via Láctea, ela pode capturar partículas dessa substância. Quando essas partículas se encontram e se destroem, liberam energia, fazendo com que a anã escura continue brilhando, talvez para sempre.

O papel das WIMPs

Para que essas anãs escuras existam, a matéria escura precisaria ser formada por partículas especiais chamadas WIMPs (*Weakly Interacting Massive Particles*, ou partículas massivas de interação fraca). Essas partículas quase não interagem com a matéria comum, mas, quando colidem entre si dentro de uma estrela, liberam energia suficiente para manter a anã escura brilhando.

Como identificar uma anã escura

Para diferenciar uma anã escura de outros objetos, como as anãs marrons, os cientistas procuram por uma pista especial: o lítio-7. Em estrelas normais, o lítio-7 é rapidamente consumido. Mas, se um objeto que parece uma anã marrom ainda tiver lítio-7, isso pode indicar que ele é, na verdade, uma anã escura.

Uma janela para entender a matéria escura

A Dra. Djuna Croon, da Universidade de Durham, uma das autoras do estudo, disse: “Descobrir anãs escuras no centro da galáxia nos daria uma visão única sobre o que é a matéria escura.”

Os pesquisadores acreditam que telescópios poderosos, como o *James Webb Space Telescope*, já podem ser capazes de encontrar essas anãs escuras, especialmente se observarem o centro da Via Láctea. Outra ideia é estudar muitos objetos parecidos para identificar, por meio de estatísticas, quais poderiam ser anãs escuras.

Se os cientistas encontrarem pelo menos uma anã escura, isso seria um grande passo para desvendar o mistério da matéria escura e entender melhor o universo.

Terrarara.com.br

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