Theia, o planeta que formou a Lua, era vizinho do Sol
Teoria do grande impacto
Há décadas convivemos com
praticamente uma única hipótese sobre a origem da Lua: Que a Lua é filha da
Terra, tendo sido arrancada quando um hipotético planeta Teia (ou Theia)
chocou-se com nosso planeta.
É uma hipótese complicada, com
mais perguntas do que respostas, mas é a mais aceita pela comunidade
científica. [Imagem: MPS/Mark A. Garlick]
Tudo teria ocorrido não mais do
que 100 milhões de anos após a formação do Sistema Solar. Um enorme corpo
celeste, do tamanho de Marte, colidiu com a jovem Terra, sendo destruído no
choque. É claro que é uma hipótese de difícil testagem, de modo que, de onde
veio e como era Teia, por que o planeta saiu de sua órbita, como a colisão se
desenrolou e o que exatamente aconteceu depois são questões em aberto.
O que é consenso entre os
cientistas é que o impacto alterou o tamanho, a composição e a órbita da Terra,
e que o impacto marcou o nascimento da nossa companheira no espaço, a Lua.
Agora, rastreando as assinaturas
isotópicas do elemento ferro e de vários outros em rochas lunares e terrestres,
astrônomos afirmam ter encontrado evidências de que Teia era um vizinho da
jovem Terra no Sistema Solar interno, ou seja, sua órbita ficava entre a Terra
e o Sol.
Difícil de acreditar na hipótese de Teia? Então avalie esta outra: Lua pode ter nascido de chuvas de rocha em uma sinestia. [Imagem: Simon Lock/Sarah Stewart]
Composição isotópica
A maioria dos modelos científicos
da colisão entre Teia e a Terra sugere que a Lua é composta principalmente de
materiais derivados do planeta que se chocou com o nosso e foi destruído no
processo.
Se Teia tivesse uma composição
isotópica diferente da Terra, seria de se esperar que a Lua também a tivesse.
Essas variações isotópicas podem revelar onde um corpo planetário se originou
no Sistema Solar, o que poderia fornecer informações sobre a origem de Teia. No
entanto, análises de rochas lunares mostram que a Lua e a Terra são quase
idênticas em suas composições isotópicas para muitos elementos.
Embora modelos concorrentes
tenham tentado explicar essa semelhança, a ausência de diferenças isotópicas
claras e a incerteza sobre quais processos a causaram dificultaram a
determinação de onde Teia se formou originalmente.
Timo Hopp e seus colegas do
Instituto Max Planck para Pesquisa do Sistema Solar, na Alemanha, fizeram novas
análises de isótopos de alta precisão em amostras lunares, em rochas terrestres
e em meteoritos que representam os reservatórios isotópicos a partir dos quais
Teia e a proto-Terra podem ter-se formado. Os pesquisadores analisaram não
apenas os isótopos de ferro, os mais comuns, mas também os de cromo, molibdênio
e zircônio, já que os diferentes elementos dão acesso a diferentes fases da
formação planetária.
Outra hipótese alternativa é a de que a Lua pode ter sido capturada do espaço. [Imagem: Behrend/Penn State]
Mais perto do Sol
De acordo com a análise, a Terra
e a Lua têm composições isotópicas de ferro indistinguíveis e ambas se
enquadram na faixa de meteoritos não carbonáceos, que se acredita representarem
material formado no Sistema Solar interno.
Integrando esses resultados com
dados isotópicos anteriores para os outros elementos e realizando cálculos de
balanço de massa para Teia e para a proto-Terra, a equipe concluiu que Teia
provavelmente se originou no Sistema Solar interno e se formou ainda mais perto
do Sol do que a Terra.
Embora a composição da Terra
primitiva possa ser representada predominantemente como uma mistura de classes
de meteoritos conhecidas, esse não é o caso de Teia. Diferentes classes de
meteoritos se originaram em diferentes áreas do Sistema Solar externo. Elas
servem, portanto, como material de referência para o material de construção
disponível durante a formação da Terra primitiva e de Teia. No caso de Teia, no
entanto, material até então desconhecido também pode ter estado envolvido.
Os pesquisadores acreditam que a
origem desse material esteja mais próxima do Sol do que a da Terra. Os
cálculos, portanto, sugerem que Teia se originou mais perto do Sol do que o
nosso planeta.
Inovação Tecnológica



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