O Brilho Letal das Supernovas

 
A agonia das estrelas gigantes é um dos espetáculos mais violentos do Universo. Elas se desintegram em uma explosão que libera, em um único instante, mais energia que todos os outros astros da Galáxia somados. Imagine: existem, na Via Láctea, 200 bilhões de estrelas. Elas seriam facilmente ofuscadas por apenas uma dessas detonações, chamadas de supernovas. Elas podem afetar a Terra mesmo se explodirem a 350 trilhões de quilômetros daqui – a Terra, nesse caso, tomaria um banho corrosivo de radiação, capaz de destruir a camada de ozônio que nos protege contra os raios ultravioleta do Sol. Diversas espécies seriam levadas à extinção.

 Os cientistas sabem disso porque, há 10 000 anos, logo depois de a Terra ter sido bombardeada por uma supernova (hoje conhecida pelo nome de Vela), houve uma drástica redução na quantidade de plâncton, nos oceanos. O clima também se alterou, com um aumento de 2 ou 3 graus Celsius na temperatura global. Tudo isso apesar de a explosão ter ocorrido a 16 quatrilhões de quilômetros daqui. A detonação gigante mais próxima de nós, neste século, ocorreu em 1997. Por sorte, a estrela que lhe deu origem estava muito longe, na galáxia vizinha, a Grande Nuvem de Magalhães, a 187 000 anos-luz de distância da Terra (1 ano-luz mede 9,5 trilhões de quilômetros. Faça as contas você.) Só por isso não sofremos os efeitos por aqui.

Estrada tumultuada à frente

Dentro de 50 000 anos, o Sistema Solar vai entrar em uma região perigosa da Via Láctea, denominada Vale da Águia
1. Segundo os astrônomos, toda vez que a Terra atravessa regiões repletas de estrelas e de restos de detonações estelares, fica exposta a doses letais de radiação. As grandes extinções de espécies, no passado, ocorreram em épocas assim.
2. Nos últimos 250 000 anos, o Sol vem se deslocando por áreas limpas e tranqüilas. Dentro de 50 milênios, porém, os nossos descendentes enfrentarão nuvens de gases radioativos do Vale da Águia, onde é grande a probabilidade de uma estrela selar a sorte da humanidade.
3. A viagem pela galáxia pode lançar cometas sobre nós. Veja como eles nascem: orbitam habitualmente a 5 trilhões de quilômetros do Sol e só saem desse "ninho" quando alguma estrela vizinha os perturba. Aí, um ou mais bólidos disparam pelo espaço, com trajetória incerta.
4. Não se sabe quantos já estão em nosso caminho. No ano passado, os americanos Jay Frogel e Andrew Gould, da Universidade do Estado de Ohio, verificaram que uma estrela obscura, batizada de Gliese 710, poderá provocar uma chuva de cometas sobre a Terra em algum momento dos próximos milênios.

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