Titã, uma das luas de Saturno, revela pistas sobre o início da vida na Terra
Uma nova pesquisa revelou que a lua Titã, a maior do planeta Saturno, pode ter fornecido muito do material para a construção da vida na Terra. Em Paris, cientistas construíram uma simulação da atmosfera de Titã em uma câmara especial. Eles descobriram que o satélite pode criar moléculas complexas, incluindo aminoácidos e bases de nucleotídeos, muitas vezes chamado de “tijolos da vida”. Essa descoberta tem impacto sobre as teorias sobre o início da vida na Terra. Os pesquisadores simularam o efeito da energia solar na atmosfera de Titã. As reações produziram aerossóis, que afundaram na câmara. Estudando-os, os cientistas encontraram algo que nunca esperavam: todas as bases de nucleotídeos que compõem o código genético de toda a vida na Terra, e mais da metade dos 22 aminoácidos que formam as proteínas. Eles são os primeiros pesquisadores a mostrarem que é possível criar essas moléculas sem água, sugerindo que Titã abriga grandes quantidades de substâncias precursoras da vida em sua atmosfera. Mas isso não prova que haja vida lá. Para começar, as conclusões vieram de uma câmara de teste, não da atmosfera real da lua. Porém, as naves espaciais que já passaram por Titã nunca estiveram perto o bastante para se ter uma noção real do que a atmosfera da lua contém. Para testar as suas capacidades, os pesquisadores tiveram de recriar essa atmosfera em um laboratório, misturando os gases encontrados em Titã e submetendo-os à radiação. As microondas causaram uma descarga de gás, que fez com que o nitrogênio, o metano e o monóxido de carbono se unissem em matéria sólida. Os resultados mostram que é possível fazer moléculas muito complexas na parte exterior da atmosfera de Titã, que é um dos locais mais promissores para a vida no sistema solar. Ela tem lagos enormes de metano, e recentemente os cientistas descobriram que o hidrogênio está desaparecendo mais rápido do que deveria na sua superfície, sugerindo que algum tipo de reação química o está consumindo. Os pesquisadores consideram muito intrigante a ideia de que a atmosfera de Titã possa formar pequenos “tijolos” de vida. Eles acreditam que essa atmosfera possa ser quimicamente semelhante à da Terra primitiva, o que sugere que em vez de sair de uma sopa primordial, os blocos de construção da vida na Terra podem ter “chovido” nela. Os cientistas afirmam que o aspecto mais interessante do estudo é a prova de que se pode fazer praticamente qualquer coisa em uma atmosfera. Segundo eles, esse mesmo tipo de química pode estar acontecendo em planetas fora do nosso sistema solar, sem que nós tenhamos conhecimento.
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