Tal como Europa, Titã pode ter um oceano supsubperficial
Nos sete anos que a Cassini já passou em órbita de Saturno, a sonda enviou montanhas de dados que mudaram o modo como vemos o planeta dos anéis e as suas luas. A maior lua de Saturno, Titã, tem sido um foco particular de atenção devido à sua densa e completa atmosfera, à sua meteorologia e aos seus lagos e oceanos. Agora parece que Titã é ainda mais estranha. As evidências vêm de cuidadosas observações da órbita e da rotação de Titã. Isto indica que Titã tem uma órbita similar à nossa Lua: mostra sempre a mesma face na direcção de Saturno e o seu eixo de rotação está inclinado cerca de 0,3 graus. Em conjunto, estes dados permitem aos astrónomos calcular o momento de inércia de Titã e isto infere algo interessante. Os números indicam que o momento de inércia pode apenas ser explicado se for um corpo sólido que é mais denso perto da superfície do que no seu centro.
Projecção da órbita normal (azul) e do eixo de rotação sobre o plano de Laplace (preto para o caso sólido, vermelho para o modelo 1 e verde para o modelo 2) ao longo do período da precessão principal. Crédito: Observatório Real da Bélgica
Isto é estranho - quase impensável, dado o que sabemos acerca da formação dos planetas e satélites. Mas há no entanto ainda outra explicação: Titã não é sólido. Rose-Marie Baland e colegas do Observatório Real da Bélgica em Bruxelas, levaram a cabo um estudo para determinar se um modelo líquido é compatível com o momento de inércia medido. "Assumimos a presença de um oceano de água líquida por baixo da camada de gelo e consideramos as forças gravitacionais e pressões que nascem entre as diferentes camadas do satélite," afirmam. A sua conclusão é que o momento de inércia de Titã pode bem ser explicado pela presença de um oceano líquido por baixo da superfície. A química do oceano é um factor importante no cálculo da sua profundidade e da espessura da camada de gelo por cima. Baland e companhia assumem que deve consistir de água. Tal parece ser uma suposição curiosa dado que a atomsfera de Titã contém enormes quantidade de metano e outros hidrocarbonetos. Os astrónomos há muito que sabem que o metano é rapidamente quebrado pela luz solar. Por isso o metano em Titã já devia ter desaparecido há muito... a não ser que esteja a ser reabastecido a partir de um reservatório interno. Um gigantesco oceano de metano, talvez? Os cálculos da equipa de Baland teriam que ser refeitos para um oceano de metano, para determinar a relação mecânica e termodinâmica entre o gelo de metano e o seu estado líquido. É também de notar que há outra explicação para o estranho momento de inércia de Titã. Os cálculos assumem que a órbita da Lua encontra-se estável mas é também possível que a órbita de Titã esteja em mutação, talvez devido à próxima passagem de um grande objecto, ou cometa ou um asteróide, por exemplo. Por isso embora as análises de Baland e da sua equipa sejam boas evidências de um oceano subsuperficial em Titã, não é ainda certo. Ainda há alguns problemas a resolver.
Isto é estranho - quase impensável, dado o que sabemos acerca da formação dos planetas e satélites. Mas há no entanto ainda outra explicação: Titã não é sólido. Rose-Marie Baland e colegas do Observatório Real da Bélgica em Bruxelas, levaram a cabo um estudo para determinar se um modelo líquido é compatível com o momento de inércia medido. "Assumimos a presença de um oceano de água líquida por baixo da camada de gelo e consideramos as forças gravitacionais e pressões que nascem entre as diferentes camadas do satélite," afirmam. A sua conclusão é que o momento de inércia de Titã pode bem ser explicado pela presença de um oceano líquido por baixo da superfície. A química do oceano é um factor importante no cálculo da sua profundidade e da espessura da camada de gelo por cima. Baland e companhia assumem que deve consistir de água. Tal parece ser uma suposição curiosa dado que a atomsfera de Titã contém enormes quantidade de metano e outros hidrocarbonetos. Os astrónomos há muito que sabem que o metano é rapidamente quebrado pela luz solar. Por isso o metano em Titã já devia ter desaparecido há muito... a não ser que esteja a ser reabastecido a partir de um reservatório interno. Um gigantesco oceano de metano, talvez? Os cálculos da equipa de Baland teriam que ser refeitos para um oceano de metano, para determinar a relação mecânica e termodinâmica entre o gelo de metano e o seu estado líquido. É também de notar que há outra explicação para o estranho momento de inércia de Titã. Os cálculos assumem que a órbita da Lua encontra-se estável mas é também possível que a órbita de Titã esteja em mutação, talvez devido à próxima passagem de um grande objecto, ou cometa ou um asteróide, por exemplo. Por isso embora as análises de Baland e da sua equipa sejam boas evidências de um oceano subsuperficial em Titã, não é ainda certo. Ainda há alguns problemas a resolver.
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