Astrônomo consegue medir o período exato de rotação de Netuno pela primeira vez

Medir com precisão o período rotacional de um planeta gasoso em nosso Sistema Solar é uma façanha ímpar. A dificuldade é tanta que o planeta Júpiter foi o único contemplado até então. Agora, um cientista do planetário da Universidade do Arizona, nos Estados Unidos conseguiu medir a duração exata de um dia em Netuno, um planeta ainda mais distante de nós. O resultado deve-se ao estudo minucioso de imagens captadas durante vinte anos. O artigo sobre o estudo foi publicado na revista Icarus da American Astronomical Society.
Nesta imagem, as cores e contrastes foram modificados para destacar as características atmosféricas do planeta. Os ventos na atmosfera de Netuno podem atingir a velocidade de som ou mais. A grande mancha escura de Netuno se destaca como a característica mais proeminente do lado esquerdo. A mancha mais fraca (Dark Spot2) e a Estrutura Polar do Sul estão presas à rotação do planeta, fato que permitiu a Karkoschka determinar com precisão quanto tempo um dia dura em Netuno. Crédito: Erich Karkoschka.
Planetas rochosos como Mercúrio, Vênus, Terra e Marte se comportam como bolas sólidas girando de uma maneira bastante simples. O mesmo não acontece com os planetas gasosos Júpiter, Saturno, Urano e Netuno. Estes últimos giram como bolhas gigantes de líquido. Os astrônomos supõem que planetas gasosos sejam constituídos por gelo e gás girando ao redor de um núcleo sólido relativamente pequeno. Por esta razão, suas rotações envolvem muita instabilidade, rodopios e agitações que dificultam a obtenção de referências estáveis para calcular com exatidão quão rápido estes planetas giram. Para obter o período de rotação de Netuno, o cientista Erich Karkoschka rastreou características atmosféricas mais estáveis do planeta e com os dados na mão pode determinar com exatidão a duração de seu dia em 15 horas, 57 minutos e 59 segundos. Segundo Karkoschka, o período de rotação de um planeta é uma de suas propriedades fundamentais. Consequentemente, os astrônomos procuram medir esta propriedade nos planetas. Quando se olha para a Terra a partir do espaço, por exemplo, é fácil ver montanhas e outras estruturas em sua superfície girando com bastante regularidade, mas o mesmo não acontece quando se observa nuvens na atmosfera, porque mudam de posição constantemente. E quando se observa um planeta gasoso, o que se vê não é uma superfície, mas uma atmosfera espessa de nuvens.  “Em Netuno, tudo o que você vê são nuvens e estruturas se movendo na atmosfera do planeta. Alguns se movem de forma mais rápida, outros mais lenta, outros ainda aceleram, mas você realmente não pode saber qual é o período de rotação se não houver qualquer núcleo sólido interno girando”. Karkoschka argumenta que Netuno tem duas estruturas observáveis com o telescópio espacial Hubble que permitem traçar a rotação interior do planeta. Nada semelhante havia sido observado antes em nenhum dos quatro planetas gigantes. As duas estruturas, conhecidas por Estrutura Polar do Sul e Onda Polar do Sul, são parecidas com vórtices rodando na atmosfera, semelhante à famosa Mancha Vermelha de Júpiter, que pode durar por muito tempo devido ao atrito desprezível. Karkoschka foi capaz de rastreá-las ao longo de mais de 20 anos, analisando 500 imagens tiradas pelo Hubble e imagens de definição bem maior enviadas pela Voyager. Um observador assistindo o planeta maciço girar de um ponto fixo no espaço iria ver as duas estruturas exatamente a cada 15.9663 horas, com menos de alguns segundos de variação.
Fonte: http://cienciadiaria.com.br/

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