Cientistas afirmam que estão mais próximos de encontrar vida em Marte

Segundo especialista, nova geração de instrumentos de alta tecnologia ajuda o homem nessa tarefa
Missão da Agência Espacial Europeia mapeia crateras de região de Marte ESA/Divulgação
O homem está mais perto de descobrir se existiu ou se ainda existe vida em Marte graças à nova geração de instrumentos de alta tecnologia, informou um painel de especialistas na reunião anual da Sociedade de Química dos Estados Unidos, realizado em Denver.  "Se há (ou houve) vida lá fora, as ferramentas de alta tecnologia especializadas em química a encontrarão", afirmou Jeffrey Bada, da Universidade da Califórnia, em San Diego, organizador de um simpósio de dois dias dedicado ao planeta vermelho.  "Temos os instrumentos agora ou estão no processo de desenvolvimento e redefinição. O desafio é montá-los nas próximas naves espaciais, sabendo que tipo de elementos estudar e onde olhar exatamente", declarou. O especialista é um firme defensor de atrasar as missões tripuladas a Marte até que as missões robóticas já enviadas consigam informação suficiente para que os astronautas possam aterrissar na área menos inóspita. Neste sentido, Bada expressou sua preocupação com os cortes de orçamento na Nasa (agência especial americana) nos últimos anos, que podem pôr em perigo as missões não tripuladas e as pesquisas necessárias. A Nasa definiu 2030 como data preliminar para enviar a primeira missão tripulada a Marte, no entanto é apenas uma declaração de intenções do presidente Barack Obama, uma vez que não há um plano sobre a mesa. A próxima missão não tripulada da Nasa a Marte será a sonda Curiosity, que partirá em agosto de 2012 rumo a Gale, uma cratera de 154 quilômetros de diâmetro em cujo interior se eleva uma grande montanha, ao pé da qual o robô pousará na busca de vida. A Nasa, junto com a Agência Espacial Europeia (ESA), prevê também lançar em 2016 a missão Exomars, que levará cinco instrumentos para estudar os gases da atmosfera marciana, na busca por evidências biológicas ou geológicas de vida.  "Os instrumentos dessa missão atmosférica têm uma sensibilidade mil vezes maior que qualquer outro instrumento" que tenha viajado para Marte ou faça parte de uma missão marciana, considerou o professor Mark Allen, do Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa.  Segundo Bada, um desses instrumentos pode detectar partículas orgânicas de nitrogênio, um componente essencial para a vida na Terra; e os cientistas estão convencidos que se há vida em Marte um de seus componentes será nitrogênio. Bada explicou que também buscarão sinais de vida debaixo da superfície marciana, já que os raios cósmicos e os ultravioleta aos quais esteve submetido podem ter destruído a matéria orgânica, motivo pelo qual talvez os possíveis rastros de vida poderiam estar ocultos no interior do planeta. Por enquanto sobre o planeta vermelho opera o robô explorador Opportunity, que chegou no início do mês à cratera Endeavour após uma viagem de quase três anos e os cientistas esperam que novas informações facilitem outras descobertas.

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