Astrônomos encontram evidências da primeira lua fora do Sistema Solar
Corpo chama atenção por ser gasoso e
gigante, com tamanho aproximado do planeta Netuno
Há
mais de um quarto de século, o telescópio espacial Hubble surpreende os
astrônomos com suas observações. Agora, é um dos instrumentos que proporcionou
"provas convincentes" da primeira lua que orbita um exoplaneta
situado a mais de 8.000 anos-luz.
Um
estudo publicado nesta quarta-feira, 3, na Science Advances oferece os detalhes
sobre a detecção desta candidata a exolua. Seu grande tamanho - comparável com
o diâmetro de Netuno - é pouco habitual. No Sistema Solar, onde há catalogados
200 satélites naturais, não há nenhuma desse tamanho.
"Este
seria o primeiro caso de detecção de uma lua fora do nosso Sistema Solar"
e se for confirmado com novas observações do Hubble "o achado poderá
oferecer chaves sobre o desenvolvimento dos sistemas planetários", disse
um dos autores do estudo David Kipping, da Universidade de Columbia (EUA).
Kipping
e seu colega Alex Teachey revisaram dados de 284 exoplanetas proporcionados
pelo observatório espacial Kepler em busca de exoluas. Um desse planetas, o
Kepler 1625b, de tipo gasoso e do tamanho de Júpiter, chamou a atenção pelo seu
"trânsito" - momento em que a luz do Sol em que o planeta orbita
diminui quando ele passa diante da estrela.
Os
especialistas puderam usar o Hubble durante 40 horas para fazer um estudo
intensivo do planeta, o que lhes proporcionou dados quatro vezes mais precisos
do que os obtidos pelo Kepler. Teachey explicou que os dados
"sugerem" que o tempo de uso do telescópio não bastou para observar
todo o "trânsito" do planeta e, por isso, eles gostariam de voltar a
acessá-lo.
As
observações do telescópio sobre o trânsito do planeta diante de sua estrela
forneceram dados "coerentes com uma lua atrás do planeta, como um cachorro
que segue seu dono com uma coleira", ilustrou Kipping.
O
especialista considerou que "uma civilização extraterrestre que observasse
o trânsito da Terra e da Lua diante do Sol notaria as mesmas anomalias".
Ainda que essa anomalia no tempo pudesse ser explicada pela presença de um
segundo planeta no sistema, o observatório Kepler não encontrou, durante quatro
anos, evidências de que exista outro ao redor da estrela.
"Uma
lua é a explicação mais simples e natural", disse Teachey. Os especialistas
acreditam que a exolua tem só 1,5 % da massa de seu planeta, o que seria
próximo à proporção que existe entre a Terra e nosso satélite. /EFE
Fonte: ESTADÃO
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