Buracos brancos podem ser demais para seu cérebro entender
Buracos negros são um dos objetos mais empolgantes do universo. Acredita-se que sejam os núcleos colapsados de estrelas mortas, elementos espaciais estranhos muito densos dos quais nada escapa, nem mesmo luz.
Mas talvez eles não sejam o único tipo de “buraco” no espaço.
Buracos brancos
Hipóteses matemáticas já descreveram algo chamado de “buraco branco” – uma singularidade sem massa. Como o nome indica, um buraco branco seria o oposto de um buraco negro. Os astrofísicos vêm “brincando” com esse conceito desde os anos 1970. Onde o horizonte de eventos de um buraco negro é o limite no qual sua força gravitacional impede que a luz atinja a velocidade de escape, o horizonte de eventos de um buraco branco impede que qualquer coisa entre. Em outras palavras, enquanto você não pode escapar de um buraco negro, não pode entrar em um branco. Onde um buraco negro suga matéria, um branco a expele.
Tais buracos brancos, se existissem, seriam incrivelmente brilhantes e enérgicos, lançando radiação no espaço a uma taxa furiosa.
Como se formam?
Hipoteticamente, um buraco branco seria como apertar um botão de “retrocesso” em um buraco negro. Temos modelos plausíveis de como os buracos negros se formam, mas não é como se pudéssemos realmente rebobinar o tempo no universo para transformá-los em buracos brancos. Sendo assim, os físicos acham que esses objetos provavelmente não existem.
Por exemplo, teríamos que começar com uma singularidade e “ir para trás”, vomitando matéria até que ela se “montasse” em uma estrela. Isso exigiria uma diminuição na entropia, o que violaria a segunda lei da termodinâmica.
“Não há razão para sugerir que o universo começou com singularidades prontas. Na verdade, seria bastante estranho se o fizesse”, explica a astrofísica Karen Masters.
Mesmo ignorando tudo isso por um segundo e assumindo que um buraco branco de alguma forma surgiu, de acordo com a matemática, ele provavelmente deixou de existir muito rapidamente.
Se o universo tivesse buracos brancos desde o início, eles teriam sido extintos bilhões de anos antes que a vida na Terra começasse a se contorcer nas profundezas do oceano primordial.
Teoria x evidências
Embora os buracos brancos sejam puramente teóricos nesse estágio, os buracos negros também já foram uma vez. De fato, há um tipo de evento que os cientistas colocaram como um candidato a buraco branco – uma explosão de raios gama. Estes são alguns dos eventos mais brilhantes e energéticos do universo, emitindo mais energia em 10 segundos do que o sol pode em 10 bilhões de anos.
Em 2017, os astrônomos observaram uma ocorrência causada pela famosa colisão entre duas estrelas de nêutrons, o evento GW170817. No entanto, em 2011, dois astrofísicos propuseram que um raio gama com propriedades incomuns poderia ter sido um buraco branco.
E há ainda a ideia de que o próprio Big Bang era um buraco branco supermassivo. Este conceito foi explorado matematicamente, mas também é altamente teórico, uma vez que não é muito consistente com a atual teoria dominante de que o universo não teria surgido a partir de uma explosão de um único ponto, mas sim inflado a partir desse ponto, passando 500 milhões de anos na escuridão.
Por fim, existe uma hipótese de que um buraco branco seja o que um buraco negro se transforma no final de sua vida útil. Buracos negros parecem bem duradouros, então é possível que o universo não seja velho o suficiente para uma dessas evoluções ter acontecido. Ou então, aconteceram, mas desapareceram antes de as vermos.
Por enquanto, estas hipóteses não passam de possibilidades no reino da matemática pura; o universo tem mania de nos surpreender, contudo. Quem sabe os cientistas se deparem com um buraco branco no futuro.
Fonte: Hypescience.com
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