NASA detalha missão que irá interceptar asteroide


O impacto deverá alterar a órbita do asteroide-lua em torno de seu companheiro maior. [Imagem: JHAPL]

Defesa contra asteroides

A NASA revelou novos detalhes sobre seu plano de atingir um asteroide naquele que será o primeiro exercício de defesa planetária contra impactos de pedregulhos espaciais que calhem de vir em nossa direção.

A agência espacial selecionou o foguete Falcon 9, da SpaceX, para lançar a sonda espacial DART, sigla em inglês para Teste de Redirecionamento de Asteroide Duplo.

O lançamento será feito em Junho de 2021 e, em Outubro de 2022, a sonda espacial deverá interceptar o asteroide Didymos B, um asteroide lunar com cerca de 150 metros de diâmetro que orbita um corpo maior, o Didymos A.

Segundo a agência, melhoramentos de engenharia permitiram encurtar o tempo da missão, reduzindo-o para cerca de 16 meses do lançamento ao impacto. Esses melhoramentos incluíram a adoção de pequenos propulsores de hidrazina e de um motor principal de propulsão elétrica, um motor iônico já utilizado pela agência em outras missões, chamado Next-C (sigla em inglês para NASA’s Evolutionary Xenon Thruster Commercial).

Um ponto no espaço

Uma campanha internacional está agora fazendo observações, usando telescópios em todo o mundo para tentar entender o estado do sistema binário Didymos.

"O sistema Didymos é muito pequeno e está muito longe para ser visto como algo maior do que um ponto de luz, mas podemos obter os dados que precisamos medindo o brilho desse ponto de luz, que muda conforme Didymos A gira e Didymos B orbita," disse Andy Rivkin, um dos coordenadores da equipe.

Os pesquisadores ainda não têm certeza sobre a composição do alvo: se é composto de rocha sólida, entulho solto ou areia "mais macia". Uma superfície mais macia absorveria grande parte da força de impacto e não poderia ser empurrada tão drasticamente como se a sonda espacial atingisse uma superfície mais dura.

Filmando o impacto com um asteroide

Além de estudos sobre como desviar um asteroide, os cientistas vão aproveitar para estudar sua composição, com vistas a uma eventual mineração espacial futura. [Imagem: ESA/AOES Medialab]

Será possível ver o sistema binário de asteroides Didymos apenas brevemente, pouco antes do impacto, graças a uma câmera a bordo da DART e a um cubesat que está sendo desenvolvido pela Agência Espacial Italiana, o LICIACube.

Pouco antes do impacto, o LICIACube, do tamanho de uma caixa de sapatos, vai se soltar da nave principal para documentar o impacto e suas consequências.

A câmera a bordo da DART, na verdade o único instrumento a bordo da sonda, chama-se DRACO, sigla em inglês para câmera para navegação óptica e reconhecimento do asteroide Didymos. Sua principal função será como sistema de navegação óptica da sonda DART, capturando imagens que ajudarão a sonda a atingir seu alvo.

A sonda se chocará contra o asteroide a uma velocidade de aproximadamente seis quilômetros por segundo. A colisão mudará a velocidade da pequena lua em sua órbita ao redor do asteroide principal em uma fração de 1%, o suficiente para ser medida usando telescópios na Terra.

A principal informação colhida pela missão será como calcular velocidade e massa de uma sonda de impacto para desviar asteroides de um tamanho específico. Estudar a composição do asteroide também trará informações úteis para a mineração espacial.
Fonte: Inovação Tecnológica

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Lua eclipsa Saturno

Um rejuvenescimento galáctico

Uma enorme bolha de rádio com 65.000 anos-luz rodeia esta galáxia próxima

Marte Passando

Observações exploram as propriedades da galáxia espiral gigante UGC 2885

O parceiro secreto de Betelgeuse, Betelbuddy, pode mudar as previsões de supernovas

Telescópio James Webb descobre galáxias brilhantes e antigas que desafiam teorias cósmicas:

Telescópio James Webb encontra as primeiras possíveis 'estrelas fracassadas' além da Via Láctea — e elas podem revelar novos segredos do universo primitivo

Espiral de lado

Astrônomos mapeiam o formato da coroa de um buraco negro pela primeira vez