Uma estrela supermassiva explodiu e não deixou nada para trás

A vida de uma estrela massiva normalmente termina numa dramática explosão, lançando uma grande quantidade de energia e deixando para trás um buraco negro ou uma estrela de nêutrons. Mas isso não acontece sempre. Os pesquisadores já suspeitavam a muito tempo que estrelas com uma determinada massa poderiam explodir de maneira que não deixassem nada para trás.

A supernova SN 2016iet pode ser um desses casos. Ela é descrita pelos pesquisadores como sendo uma supernova de instabilidade de par, ou uma supernova de instabilidade de par instável. Nesse tipo de evento, as camadas externas colapsam com tanta energia que são produzidos  raios gama que posteriormente são convertidos em pares de  elétrons e pósitrons. 

A produção de matéria e anti-matéria a partir de raios gama se propaga por toda a estrela. Os pares de partículas e anti-partículas continuam a se formar e se aniquilar, levando a uma explosão que não deixa nada para trás. A equipe foi capaz de estimar a composição química e a massa esperada da estrela progenitora, e está consistente com uma supernova.

“Existiam outros candidatos prévios para supernovas de instabilidade de par pulsante, como a SN2010mb e a iPTF14hls, mas em nenhum desses casos foi possível medir a massa da estrela progenitora, o que é fundamental para se poder determinar se a supernova foi mesmo uma supernova de instabilidade de par:, disse Sebastian Gomez principal autor do artigo. “Assim, essa é a primeira supernova onde temos uma medida da massa e da metalicidade que estão consistentes com uma supernova de instabilidade de par pulsante”.

A SN2016iet explodiu em uma galáxia anã a aproximadamente 1 bilhão de anos-luz de distância de nós. Ela foi registrada pelo satélite Gaia da Agência Espacial Europeia em 14 de Novembro de 2016. A sonda que tem como objetivo medir a posição de bilhões de estrelas na Via Lácttea, mas também é capaz de registrar objetos além da nossa galáxia, como esse. Nos últimos 3 anos, a equipe seguiu o evento com outros telescópios incluindo o Gemini Norte.

Os dados montam uma imagem bem complexa da explosão cósmica. A estrela estava numa região com poucos elementos pesados e tinha uma massa entre 55 e 120 vezes a massa do Sol no momento em que explodiu. No ponto mais massivo da sua vida ela pode ter atingido 200 vezes a massa do Sol, perdendo massa no decorrer de uma década antes da explosão. Isso é consistente com os modelos. Contudo, existem outras propriedades que são mais desconcertantes.

Outros exemplos de estrelas com essa massa não são formadas de forma isolada, elas normalmente se formam em áreas repletas de estrelas. A estrela progenitora da SN 2016iet estava localizada a cerca de 54 mil anos-luz de distância da galáxia mãe. Essas estrelas massivas possuem uma vida extremamente breve, vivendo milhões de anos ao invés de bilhões de anos como o Sol.

Outra coisa peculiar é a duração e a quantidade de energia emitida. Os pesquisadores suspeitam que a SN 2016iet pode ser o primeiro exemplo conhecido de uma nova classe de objetos. Eles continuam a estudar suas emissões enquanto estiverem visíveis, e continuarão monitorando o céu em busca de evidências de eventos similares em outros cantos do universo. 
Fonte: Iflscience.com

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