Algo está matando galáxias nas regiões mais extremas do universo
Galáxias
estão morrendo nas regiões mais extremas do universo. Sua formação de novas
estrelas está parando e os astrônomos querem descobrir a causa. A
primeira grande iniciativa para descobrir isso está ocorrendo no Canadá em um
dos telescópios mais importantes do mundo. A iniciativa, nomeada de pesquisa
pesquisa do Ambiente Virgem Traçada em Monóxido de Carbono (VERTICO, na sigla
em inglês), está investigando, em fantásticos detalhes, como o ambiente mata as
galáxias.
É
uma equipe de 30 especialistas que usando o Atacama Large Millimeter Array
(ALMA) para mapear em detalhes o gás hidrogênio na sua forma molecular, a
matéria da qual novas estrelas são formadas, em alta resolução em 51 galáxias
no aglomerado galáctico mais próximo: o aglomerado Virgem.
O
ALMA é um conjunto de enormes antenas de rádio conectadas a 5 km de altitude no
deserto de Atacama, no Chile. É uma parceria entre Europa, Estados Unidos,
Chile, Japão, Canadá, Coréia do Sul e Taiwan a um custo de 1,4 bilhão de
dólares.
O
ALMA é o maior equipamento astronômico terrestre. É um telescópio milimétrico
com comprimento de onda mais avançado já criado, ideal para estudar as nuvens
de gás frio e denso de onde surgem novas estrelas. É um material que não pode
ser visto no espectro de luz visível.
Aglomerados de galáxias
O
local que as galáxias vivem no Universo e como interagem com o seu ambiente (o
meio intergaláctico ao seu redor) e entre si mesmas são influências importantes
para a capacidade de formar estrelas. Mas precisamente como esse influencia na
vida e na morte das galáxias continua sendo um mistério.
Aglomerados
de galáxias são os objetos mais massivos e extremos do Universo, eles podem
conter muitas centenas ou até milhares de galáxias.
Onde
há massa há gravidade e as monstruosas forças gravitacionais dos aglomerados
aceleram as galáxias a altíssimas velocidades; milhares de quilômetros por
segundo. Isso superaquece o plasma entre as galáxias e as temperaturas são tão
altas que brilham em raios-X.
O
interior desses aglomerados é denso e inóspito. Lá as galáxias interagem
intensamente entre si e com o ambiente. São essas interações que tem a
capacidade de matar uma galáxia, extinguir sua formação de estrelas. A
compreensão destes mecanismos de extinção que extinguem a formação estelar e
como isso é feito são o foco pesquisa VERTICO.
O ciclo de vida das galáxias
À
medida uma galáxia cai pelo aglomerado, o plasma entre as galáxias pode remover
violentamente seu gás em um processo chamado perda por pressão de impacto.
Quando se remove o combustível que forma estrelas, a galáxia é efetivamente
morta, transformando-se em um objeto moribundo em que nenhuma estrela nova
nascerá.
A
alta temperatura dos aglomerados também pode parar o resfriamento de gás quente
que se condensa em galáxias. Nesse quadro, o gás da galáxia não é extraído de
maneira ativa pelo meio ambiente, mas sim consumido à medida que forma
estrelas.
Esse
processo leva à morte lenta e inexorável da formação de estrelas, chamada,
morbidamente, como morte por inanição ou estrangulamento. Apesar
desses processos variem significativamente, cada um deixa uma impressão
específica e identificável no gás formador de estrelas da galáxia. Reunir essas
impressões para criar um quadro geral de como os aglomerados impulsionam
mudanças nas galáxias é um dos principais objetivos do projeto VERTICO.
Pretendemos
adicionar uma nova peça crítica ao quebra-cabeça.
Um estudo de caso ideal
O
aglomerado de Virgem é o local ideal para um estudo detalhado do meio ambiente
intergaláctico. É o aglomerado de galáxias massivo mais perto de nós e está em
fase de formação, por isso podemos obter uma “foto” de galáxias em etapas
distintas de seus ciclos de vida. Isso permitirá montar uma imagem em detalhes
de como a formação estelar é interrompida nas galáxias pertencentes a
aglomerados.
Galáxias
no aglomerado de Virgem já foram vistas em quase todos os comprimentos de onda
do espectro eletromagnético (por exemplo, ultravioleta, rádio, luz visível),
mas ainda não existem observações dos gases formadores de estrelas em comprimentos
de onda milimétricos com a resolução w sensibilidade necessárias .
A
VERTICO criará mapas detalhados de alta resolução do gás hidrogênio molecular –
o combustível básico para da formação de estrelas – de 51 galáxias.
Com
os dados do ALMA para essa significativa amostra de galáxias, será possível
descobrir exatamente quais seriam os mecanismos de extinção, perda de pressão
por impacto ou inanição que estariam matando galáxias nestes ambientes extremos
e como isso ocorre.
Ao
criar mapas do gás gerador de estrelas das galáxias, que são como as armas
fumegantes de extinção através meio do ambiente galáctico, a VERTICO ampliará
nossa compreensão de como seria a evolução das galáxias nas regiões mais densas
do Universo.
Fonte: Science Alert
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