Físicos criaram a simulação mais detalhada do universo até hoje
Simulação do violento
nascimento de um aglomerado de galáxias, onde as estruturas da matéria escura
(em branco) se fundem, enquanto buracos negros supermassivos e supernovas
expelem o gás cósmico (o movimento do gás é mostrado em vermelho).
Como o universo se formou?
Como as complexas estruturas que formam as galáxias se diversificaram?
Para tentar desvendar essas e
muitas outras questões difíceis de responder, uma equipe internacional de
cientistas criou o maior e mais detalhado modelo do universo até hoje: o TNG50.
A simulação tem 230 milhões
de anos-luz de largura e exibe dezenas de milhares de galáxias em evolução com
detalhes sem precedentes. Além disso, é
capaz de rastrear 20 bilhões de partículas de matéria escura, gases, estrelas e
buracos negros em toda a história de 13,8 bilhões de anos do universo.
Enorme
poder computacional
Chegar nesse ponto não foi
fácil: foram necessários que 16.000 núcleos de processador do supercomputador
Hazel Hen, que fica em Stuttgart, na Alemanha, funcionassem continuamente por
mais de um ano.
O investimento valeu a pena,
no entanto.
“Em nossa simulação, vemos
fenômenos que não foram programados explicitamente no código. Esses fenômenos
emergem de uma maneira natural, a partir da complexa interação dos ingredientes
físicos básicos de nosso universo modelo”, disse um dos autores do estudo,
Dylan Nelson, pós-doutorando do Instituto Max Planck de Astrofísica (Alemanha),
em um comunicado.
Resolução
e escala inimagináveis
O objetivo da TNG50 é
construir uma imagem completa de como o nosso universo evoluiu desde o Big
Bang, produzindo uma figura em grande escala sem “sacrificar” nossa visão de
galáxias individuais. Sua resolução e escala sem
precedentes vão permitir aos pesquisadores compreender melhor o passado do
nosso universo, revelando como as galáxias se desenvolveram, evoluíram e
chegaram às suas atuais formas às vezes estranhas.
“Essas simulações são enormes
conjuntos de dados onde podemos aprender muito dissecando e compreendendo a
formação e evolução das galáxias dentro delas. O que é fundamentalmente novo na
TNG50 é que você está obtendo uma resolução espacial e de massa suficientemente
alta dentro das galáxias que pode fornecer uma imagem clara da aparência da
estrutura interna dos sistemas à medida que se formam e evoluem”, esclareceu
outro autor do estudo, Paul Torrey, professor de física da Universidade da
Flórida (EUA).
Descobertas
à espera
A simulação já tem dado
alguns resultados interessantes. Por exemplo, os pesquisadores puderam confirmar
teorias de como as galáxias emergiram a partir das nuvens turbulentas de gás
presentes no início do universo.
Na TNG50, galáxias em forma
de disco, comuns na nossa vizinhança galáctica, emergiram naturalmente e
produziram estruturas conhecidas, como braços espirais e buracos negros
supermassivos. Quando os cientistas compararam os resultados da simulação com
as observações da vida real, descobriram que a população de galáxias gerada no
modelo era consistente qualitativamente com a realidade.
Os pesquisadores também
observaram, na simulação, explosões de supernovas e buracos negros
supermassivos criarem fluxos de gás em alta velocidade. Embora eles se
dirigissem para fora das galáxias, a gravidade trouxe grande parte do gás de
volta aos discos galácticos, redistribuindo-o na borda externa e criando um
ciclo de realimentação. Esse gás, além de mudar a estrutura da galáxia, serviu
para “reciclar” os ingredientes para a formação de novas estrelas.
Como próximo passo, a equipe
deve liberar os dados gerados pela simulação para que toda a comunidade
científica possa estudá-los, levando a muitas mais revelações sobre o universo.
Um artigo sobre o estudo foi
publicado na revista científica Monthly Notices of the Royal Astronomical
Society.
Fonte: Hypescience.com
[LiveScience]
Muito interessante essa postagem. O computador é uma grande ferramenta para simular o funcionamento de muitas coisas, inclusive o próprio Universo.
ResponderExcluir