Cientistas descobrem estrela distorcida com formato de gota pulsa apenas em um dos lados


Cientistas de uma equipe internacional descobriram uma rara estrela distorcida, em formato de uma gota, que pulsa apenas de um lado.  Chamada de HD74423, ela fica a 1.500 anos-luz de distância de nós e é acompanhada por uma anã vermelha. Por conta de as trajetórias dos dois objetos serem tão próximas, a atração gravitacional da anã vermelha distorce a oscilação da HD74423.  Isso “puxa” um lado da estrela, deixando-a com um formato de gota, além de fazê-la pulsar em um padrão incomum.

Rara

Os cientistas já sabiam da existência de estrelas que pulsavam. Tanto estrelas jovens quanto as antigas podem experimentar pulsações rítmicas, que por sua vez podem ocorrer por períodos curtos ou longos e a taxas diferentes.

No entanto, até agora, os pesquisadores só conheciam estrelas que pulsavam em todos os lados.

“Sabíamos teoricamente que estrelas como essa deveriam existir desde a década de 1980. Estou procurando uma estrela assim há quase 40 anos e agora finalmente encontramos uma”, disse um dos autores do estudo, Don Kurtz, da Universidade de Lancashire (Reino Unido).

Sistema binário

A HD74423 tem cerca de 1,7 vezes a massa do nosso sol.

Ela foi descoberta por cientistas amadores a partir de dados do satélite Tess, da NASA, e se tornou um objeto de estudo quando o Dr.  Simon Murphy, da Universidade de Sydney (Austrália), notou que se tratava de uma estrela peculiar, quimicamente falando. Ao contrário de objetos semelhantes, a HD74423 era pobre em metais, tornando-a um tipo raro de estrela quente.  A razão para sua estranha pulsação é o fato de a estrela estar em um sistema binário com uma anã vermelha. Essa companheira está tão próxima que acaba distorcendo suas oscilações com sua atração gravitacional.

Somente de um lado

Os pesquisadores também concluíram que a força das pulsações depende do ângulo pelo qual a estrela é observada e de sua localização em relação à anã vermelha. À medida que estrelas binárias orbitam uma à outra, vemos diferentes partes da estrela pulsante. Às vezes, vemos o lado que aponta para a estrela companheira e, às vezes, vemos a face externa”, explicou outro autor do estudo, o Dr. David Jones, do Instituto de Astrofísica das Canárias (Espanha).

Foi assim que os cientistas determinaram que a estrela só pulsava de um lado – através das pequenas flutuações no brilho que apareciam somente quando o telescópio observava o mesmo hemisfério da estrela.

No futuro

Enquanto esta é a primeira estrela de seu tipo descoberta, os cientistas acreditam que existem outras e esperam encontrar novos exemplos nos dados recolhidos pelo satélite Tess.

Um artigo sobre a pesquisa foi publicado na revista científica Nature Astronomy.

Fonte: Hypescience.com

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