Será Que Isto Resolve o Mistério da Expansão do Universo?
O Universo surgiu num estrondo gigante; o Big Bang, há 13,8 mil milhões
de anos. E depois começou a expandir-se. A expansão ainda continua hoje: o
Universo está a ser esticado em todas as direções como um balão.Os físicos concordam entre si, mas algo está errado. A medição do ritmo
de expansão do Universo de maneiras diferentes leva a resultados diferentes. Será
que há algo errado com os métodos de medição? Ou está a acontecer algo no
Universo que os físicos ainda não descobriram e, portanto, não levaram em
consideração?
De acordo com uma equipa de
vários físicos, pode muito bem ser a segunda.
Num novo artigo científico, o professor Martin S. Sloth, professor de
cosmologia e o seu colega pós-doc Florian Niedermann, ambos da Universidade da
Dinamarca do Sul, propõem a existência de um novo tipo de energia escura no
Universo. Se a incluirmos nos vários cálculos da expansão do Universo, os
resultados serão mais semelhantes.
"Um novo tipo de energia escura pode resolver o problema dos
cálculos não concordantes," diz Martin S. Sloth.
Medições conflituantes
Quando os físicos calculam o ritmo de expansão do Universo, baseiam o
cálculo na suposição de que o Universo é composto por energia escura, matéria
escura e matéria "normal" (bariónica). Até recentemente, todos os
tipos de observações encaixavam neste modelo da composição de matéria e energia
do Universo, mas este já não é o caso.
Os resultados conflituantes surgem quando analisamos os dados mais
recentes de medições de supernovas e da radiação cósmica de fundo em
micro-ondas; os dois métodos levam simplesmente a resultados diferentes do
ritmo de expansão.
"No nosso modelo, descobrimos que se houvesse um novo tipo de
energia escura extra no Universo inicial, isso explicaria simultaneamente e sem
contradição tanto as medições da radiação de fundo quanto as medições de
supernovas", realça Martin S. Sloth.
De uma fase para outra
"Nós pensamos que no Universo inicial, a energia escura existia
numa fase diferente. Podemos compará-la a quando a água é arrefecida e transita
de fase para gelo com uma densidade mais baixa", explica.
"Da mesma forma, a energia escura no nosso modelo passa por uma
transição para uma nova fase com uma densidade de energia maior, alterando
assim o efeito da energia escura na expansão do Universo".
De acordo com os cálculos de Sloth e Niedermann, os resultados
concordam se imaginarmos que a energia escura, portanto, passou por uma
transição de fase desencadeada pela expansão do Universo.
Um processo muito violento
"É uma transição de fase onde muitas 'bolhas' da nova fase
aparecem subitamente, e quando essas 'bolhas' expandem-se e colidem, a
transição de fase fica completa. Numa escala cósmica, é um processo mecânico
quântico muito violento", explica Martin S. Sloth.
Hoje, conhecemos aproximadamente 20% da matéria que compõe o Universo.
É a matéria da qual nós, os planetas e as galáxias são constituídas. O Universo
também consiste de matéria escura, que ninguém sabe realmente o que é.
Além disso, também existe energia escura no Universo; é a energia que faz com que o Universo se expanda e perfaz aproximadamente 70% da densidade de energia do Universo.
Fonte: Astronomia OnLine
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