Colisões de luz produzem matéria e antimatéria a partir de energia pura
Produção de matéria e antimatéria
Físicos do acelerador de partículas RHIC (Colisor de Íons Pesados
Relativísticos), nos EUA, conseguiram evidências definitivas da criação de
matéria e antimatéria a partir da luz. Os pares de elétrons e antielétrons, ou
pósitrons - partículas de matéria e de antimatéria - foram criados diretamente
pela colisão de fótons de alta energia.
Essa conversão de luz em matéria é uma consequência direta da famosa
equação E = mc2 de Einstein, que mostra que energia e matéria (ou massa) são
intercambiáveis. As reações de fusão nuclear nas estrelas convertem
regularmente matéria em energia, mas a equipe demonstrou agora a conversão de
energia diretamente em matéria em uma única etapa.
As teorias já previam isso há muito tempo, mas a obtenção do resultado
experimental inequívoco é o passo essencial e definitivo para demonstrar que as
teorias estão corretas - Gregory Breit e John Wheeler previram a possibilidade
usar a colisão de partículas de luz para criar pares de elétrons e antielétrons
em 1934.
E o feito também é uma ótima notícia para as previsões - por enquanto,
apenas matemáticas - de uma reportagem que publicamos ontem prevendo nada menos
do que uma revolução nas tecnologias da luz, que prevê explorar justamente essa
possibilidade de conversão de luz em matéria e antimatéria.
Luz gerando matéria
Embora a luz seja o elemento criador da matéria e da antimatéria, o
experimento não começa com grandes lasers, como seria de se esperar. Em vez
disso, tudo começa com íons pesados acelerados até próximo da velocidade da
luz.
Íons são essencialmente átomos que tiveram seu elétrons arrancados. Sem
elétrons, um íon de ouro, por exemplo, com 79 prótons, carrega uma forte carga
positiva. Acelerar esse íon a velocidades muito altas gera um poderoso campo
magnético que gira em torno da partícula em alta velocidade conforme ela viaja
pelo acelerador, como se fosse uma corrente fluindo através de um fio.
"Se a velocidade for alta o suficiente, a força do campo magnético
circular pode ser igual à força do campo elétrico perpendicular. E esse arranjo
de campos elétricos e magnéticos perpendiculares de igual força é exatamente o
que um fóton é - uma partícula quantizada de luz. Então, quando os íons estão
se movendo perto da velocidade da luz, há um monte de fótons em torno do núcleo
de ouro, viajando com ele como uma nuvem," explicou o professor Zhangbu
Xu, do Laboratório Nacional Brookhaven, nos EUA.
Um dos detectores do acelerador, chamado STAR, ficou então observando
quando dois desses íons passavam chispando um pelo outro, sem se chocar, mas
perto o suficiente para que seus campos de fótons interagissem, chocando-se e
criando os pares de matéria e antimatéria previstos pela teoria.
O resultado demorou porque, para ser considerado inequívoco, era
necessário demonstrar que os pares de elétrons e pósitrons estavam se
originando apenas dos fótons reais dos dois íons, sem participação dos fótons
virtuais, aqueles que emergem do vácuo quântico a todo instante e que também
podem originar pares de matéria e antimatéria, conforme diversos experimentos
já demonstraram.
"Nós também medimos toda a energia, as distribuições de massa e números quânticos dos sistemas. Eles são consistentes com os cálculos da teoria para o que aconteceria com fótons reais," disse Daniel Brandenburg, membro da equipe. "Nossos resultados fornecem evidências claras da criação direta em uma única etapa de pares matéria-antimatéria a partir de colisões de luz, conforme originalmente previsto por Breit e Wheeler."
Fonte: Inovação Tecnológica
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