Mistério da origem dos raios cósmicos é desvendado
Composição dos raios cósmicos
Muitos se espantam de saber que os raios cósmicos são partículas, e não
feixes de energia, mas talvez se espantem ainda mais ao saber que a origem dos
raios cósmicos é um dos maiores mistérios da astrofísica. Agora, astrônomos
conseguiram pela primeira vez quantificar quais partículas compõem os raios
cósmicos emitidos pelos restos de uma supernova.
Usando uma nova técnica de análise das emissões de rádio, raios X e
raios gama, Yasuo Fukui e seus colegas da Universidade de Nagoya, no Japão,
conseguiram isolar os componentes de prótons e elétrons desses raios. Os dados
mostraram que pelo menos 70% dos raios de altíssima energia - radiação gama -
chegam à Terra na forma de prótons relativísticos, ou seja, núcleos de
hidrogênio viajando próximo à velocidade da luz. Os demais 30% são elétrons
igualmente energéticos.
Prótons e elétrons cósmicos
Os raios cósmicos são as partículas com a maior energia do Universo,
mas sua origem tem sido um grande mistério desde sua descoberta, em 1912. Como
os raios cósmicos promovem a evolução química da matéria interestelar, entender
sua origem é fundamental para compreender a evolução das galáxias.
Os astrônomos acreditam que os raios cósmicos sejam acelerados por
remanescentes de supernovas (o que resta após as explosões de supernovas) e
viajam quase à velocidade da luz. O progresso recente nas observações de raios
gama de fato revelou que muitos remanescentes de supernovas emitem raios gama
em energias na faixa dos TeV (teraeletronvolts).
Se os raios gama forem produzidos por prótons, isto permite verificar a
origem dos raios cósmicos - de qual remanescente de supernova eles vieram. No
entanto, os elétrons também entram na composição dos raios gama, o que torna
necessário determinar se a origem do próton ou do elétron é dominante e medir a
razão entre os dois ingredientes.
Os resultados deste estudo fornecem evidências convincentes de raios
gama originados do componente protônico, confirmando que os raios cósmicos
galácticos são produzidos por remanescentes de supernovas.
Os resultados também demonstram que os raios gama dos prótons são
dominantes em regiões interestelares ricas em gás, enquanto os raios gama dos
elétrons são mais acelerados nas regiões pobres em gás, confirmando que os dois
mecanismos trabalham juntos e dando suporte às previsões teóricas.
Fonte: Inovação Tecnológica
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