Neil deGrasse Tyson: “Ninguém vai querer viver em Marte”

O astrofísico Neil deGrasse Tyson duvida que a humanidade vá querer colonizar Marte, e pede que previsões sobre a presença humana no planeta vermelho tenham mais realismo (Imagem: CarlaVanWagoner/Shutterstock)

Elon Musk espera ver a colonização de Marte iniciada após 2030. A NASA certamente vem desenvolvendo projetos de presença humana no planeta vermelho para a próxima década. Mas uma pessoa destoa dessa noção: Neil deGrasse Tyson, renomado astrofísico do Planetário Hayden, em Nova York, acha que Marte não será nada atraente para a humanidade. 

Em entrevista concedida ao Futurism, Tyson afirma que Marte é simplesmente mortal demais, e não é apelativo às nossas tendências de viver de forma confortável. Para o cientista, é por essa mesma razão que você não vê arranha-céus e cidades inteiras nas regiões polares da Terra. 

“A Antártida é, ao mesmo tempo, mais quente e tem mais água que Marte, e nós não vemos filas de pessoas se alinhando para ir morar na tundra”, disse Tyson. 

Para ele, toda essa noção de que vamos um dia colonizar o planeta vermelho é infundada e, pior, perigosa: “definitivamente, nós vamos para lá como uma espécie de local de férias, visitas curtas, mas não vamos ficar muito tempo. Eu sou bem cético quanto à ideia de que legiões de pessoas vão querer se dirigir até lá para ficar”, afirmou o astrofísico. 

Neil deGrasse Tyson também considera o fato de que, ao contrário da Terra, Marte é inóspito demais para sustentar a vida a longo prazo: o planeta vermelho, hoje, é pouco mais que deserto e rochas de bilhões de anos atrás, com uma atmosfera tão fina que a radiação do Sol a atravessa sem dificuldade. Considere que, para suportarmos isso, teríamos que nos arrastar dentro de equipamentos que, facilmente, podem passar de 130 kg – essa é a média de peso de um traje espacial sem o astronauta dentro dele. 

O tempo todo. Se tirar, você morre. 

“A fim de sobrevivermos dentro dessas condições mortais, os humanos precisariam de toda uma infraestrutura que imite a Terra”, disse o especialista. Segundo ele, algo assim é impossível de ser criado em escala global – no máximo, “teríamos que nos contentar com uma base avançada e não uma colônia”. 

Não que Tyson discorde das mentes por trás de projetos do tipo em empresas como SpaceX ou a iniciativa MarsOne. Ele só busca incentivar uma análise mais racional e realista, e evitar que previsões sejam desenhadas segundo “parâmetros completamente ilusórios”. Para ele, o aspecto biológico da humanidade é um impeditivo bem óbvio.

Fonte: plussplay

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