Webb da NASA leva retrato cheio de estrelas de pilares da criação
O telescópio espacial James Webb capturou uma belíssima imagem dos Pilares da Criação, estruturas de gás e poeira que fazem parte da Nebulosa da Águia. A nova foto foi divulgada pela NASA e Agência Espacial Europeisa (ESA) nesta quarta-feira (19) e revela as colunas semi-transparentes na luz infravermelha próxima, em detalhes de tirar o fôlego.
Os Pilares da Criação são detonados em um caleidoscópio de cor na visão quase infravermelha do Telescópio Espacial James Webb da NASA. Os pilares parecem arcos e torres saindo de uma paisagem do deserto, mas estão cheios de gás e poeira semi-transparentes, e sempre mudando. Esta é uma região onde as estrelas jovens estão se formando – ou mal estouraram de seus casulos empoeirados à medida que continuam a se formar. Créditos: NASA, ESA, CSA, STScI; Joseph DePasquale (STScI), Anton M. Koekemoer (STScI), Alyssa Pagan (STScI).
A
nova foto foi capturada pelo instrumento Near Infrared Camera (NIRCam), capaz
de observar comprimentos de onda de 0,6 a 5 mícrons. É assim que o NIRCam
consegue “enxergar” a luz das primeiras estrelas e galáxias ainda em formação,
além de estrelas jovens na via Láctea e até objetos do Cinturão de Kuiper.
Na
foto, estão estrelas recém-formadas, registradas como esferas vermelhas e
brilhantes fora de um dos pilares de poeira. Neles, quando nós massivos o
suficiente são formados, eles começam a colapsar sobre si próprios e são
lentamente aquecidos. No fim, eles dão origem a novas estrelas.
Já
as linhas onduladas, presentes nas bordas de alguns dos pilares, são formadas
por matéria expelida pelas estrelas em formação. Estas jovens estrelas atiram
de tempos em tempos jatos supersônicos, que encontram nuvens de material — como
aquelas que formam os pilares. Às vezes, os “disparos” podem formar as
ondulações.
O
brilho avermelhado vem das moléculas de hidrogênio, que acabam energizadas como
resultado dos jatos e choques — se você observar o segundo e terceiro pilar da
parte superior da foto, verá áreas com este processo com ainda mais clareza. As
jovens estrelas ali parecem ter apenas alguns milhares de anos.
O que são os Pilares da Criação?
O Telescópio Espacial Hubble da NASA tornou os Pilares da Criação famosos com sua primeira imagem em 1995, mas revisitou a cena em 2014 para revelar uma visão mais nítida e mais ampla em luz visível, mostrada acima à esquerda. Uma nova visão de luz quase infravermelha do Telescópio Espacial James Webb da NASA, à direita, nos ajuda a espiar mais a poeira nesta região formadora de estrelas. Os pilares marrons espessos e empoeirados não são mais tão opacos e muitas outras estrelas vermelhas que ainda estão se formando vêm à vista. Créditos: NASA, ESA, CSA, STScI; Joseph DePasquale (STScI), Anton M. Koekemoer (STScI), Alyssa Pagan (STScI).
Localizados
a cerca de 6.500 anos-luz da Terra, os Pilares da Criação são uma pequena parte
da Nebulosa da Águia. Como você percebeu, eles são regiões de formação estelar
compostas por poeira e gás, que se estendem por aproximdamente 5 anos-luz e
foram fotografados pelo telescópio Hubble, em 1995, na luz visível.
Em
2014, ao voltar seus "olhos" novamente para a região, o telescópio
observou as estruturas na luz infravermelha, capaz de atravessar a poeira e gás
dos pilares. Além do Hubble, vale lembrar que vários outros observatórios
estudaram a região, cada um coletando diferentes dados com seus instrumentos
para ajudar os pesquisadores a entendê-la melhor.
A
nova foto do Webb ajudará os pesquisadores a refinar os modelos de formação
estelar, porque revela estrelas recém-formadas com alta precisão, acompanhadas
do gás e poeira nos arredores. Assim, eles podem entender melhor como as
estrelas são formadas e nascem destas nuvens ao longo de milhões de anos de
evolução.
Pode
até parecer que, para produzir esta nova foto, o Webb observou “através” do
fundo, revelando grandes distâncias cósmicas além dos pilares. Só que o meio
interestelar seguiu no meio do caminho das observações, como uma cortina: esta
“camada” transparente gasosa bloqueia a visão de objetos mais distantes, tanto
que não há galáxias na foto.
Fonte: Nasa.gov
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