Novo estudo cometário fornece uma visão sobre a composição química do Sistema Solar primitivo
Um novo estudo da Universidade da Flórida
Central descobriu fortes evidências de que a emissão de moléculas dos cometas
pode ser o resultado da composição do início do nosso Sistema Solar.
Esta imagem, pelo WISE (Wide-field Infrared Survey Explorer) da NASA, mostra o cometa 65/P Gunn. Para este estudo, a investigadora compilou as quantidades de água, dióxido de carbono e monóxido de carbono de 25 cometas para testar as previsões de formação e evolução do Sistema Solar. Crédito: NASA
Os resultados foram publicados na revista The
Planetary Science Journal.
O estudo foi liderado por Olga Harrington
Pinto, candidata a doutoramento no Departamento de Física da mesma
universidade.
A medição da proporção de certas moléculas
presentes após a emissão de gases dos cometas pode fornecer conhecimentos sobre
a composição química dos primeiros sistemas solares e do processamento físico
dos cometas após a sua formação, diz Harrington Pinto. A libertação de gases
ocorre quando os cometas, que são pequenos corpos de poeira, rocha e gelo no
Sistema Solar, aquecem.
Como parte da sua investigação, Harrington
Pinto compilou as quantidades de água, dióxido de carbono e monóxido de carbono
de 25 cometas para testar as previsões da formação e evolução do Sistema Solar.
Isto permitiu o estudo de quase o dobro dos
dados de monóxido de carbono/dióxido de carbono cometários. As medições vieram
de uma variedade de publicações científicas. Ela combinou cuidadosamente os
dados obtidos com diferentes telescópios e diferentes equipas de investigação
quando as medições eram simultâneas e pôde confirmar que os dados estavam todos
bem calibrados.
"Um dos resultados mais interessantes é
que cometas muito longe do Sol com órbitas na nuvem de Oort que nunca, ou só
raramente, orbitaram perto do Sol, foram vistos a produzir mais CO2 do que CO
na sua cabeleira, enquanto que cometas que fizeram muitas mais viagens perto do
Sol comportam-se de forma oposta", disse Harrington Pinto. "Isto
nunca tinha sido visto de forma conclusiva antes".
"Curiosamente, os dados são consistentes
com as previsões de que os cometas que têm permanecido muito longe do Sol, na
nuvem de Oort, podem ter sido bombardeados por raios cósmicos na sua superfície
de tal forma que criaram uma camada externa pobre em CO", explicou
Harrington Pinto. "Depois da sua primeira ou segunda viagem perto do Sol,
esta camada exterior processada é arrancada pelo Sol, revelando uma composição
muito mais pura, que liberta muito mais CO".
A investigadora diz que o próximo passo do
trabalho é analisar as primeiras observações de centauros que a sua equipa fez
com o Telescópio Espacial James Webb a fim de medir diretamente o monóxido de
carbono e dióxido de carbono e assim comparar os resultados com este estudo.
Fonte: Astronomia OnLine
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