Astrônomos afirmam ter resolvido mistério do buraco negro supermassivo

Um misterioso rastro de estrelas formado há oito mil milhões de anos e descoberto recentemente pelo Telescópio Espacial Hubble tem sido um desafio para vários grupos de pesquisa. 

Seu tamanho é semelhante ao da Via Láctea, e essa estrutura estreita muito longa deu origem a várias explicações sobre sua origem.

1/1Acima: Imagem do objeto observado com o Telescópio Espacial Hubble. Ele mostra a emissão na parte ultravioleta do espectro. Meio: Imagem ultravioleta de uma galáxia local sem protuberância e observada de borda (IC 5249). As semelhanças são óbvias. Fundo: A mesma galáxia IC 5249 observada na parte visível do espectro. As escalas espaciais das três imagens são idênticas. Crédito: ESA/Hubble

De acordo com uma hipótese inicial controversa, esse rastro de estrelas poderia ser o resultado da passagem de um buraco negro supermassivo através de uma enorme nuvem de gás. Essa ideia rapidamente despertou a imaginação da comunidade astronômica, porque precisa de um grande conjunto de circunstâncias excepcionais complexas. Por esta razão, várias equipas científicas continuaram a explorar cenários diferentes e menos exóticos que pudessem explicar as observações.

Em um estudo recente publicado na revista Astronomy & Astrophysics, pesquisadores do Instituto de Astrofísica de Canarias (IAC) chegaram à conclusão de que essa estrutura incomum de estrelas poderia ser interpretada como uma galáxia sem uma protuberância vista de borda. Galáxias desse tipo, também chamadas de galáxias finas ou planas, são relativamente comuns.

"Os movimentos, o tamanho e a quantidade de estrelas se encaixam no que foi visto em galáxias dentro do universo local", explica Jorge Sanchez Almeida, pesquisador do IAC e primeiro autor do artigo. "É um alívio ter encontrado a solução para esse mistério; O novo cenário proposto é muito mais simples. Em certo sentido, também é uma pena, porque a existência de buracos negros em fuga é esperada, e este poderia ter sido o primeiro a ser observado."

Para apoiar a hipótese da interpretação em termos de uma galáxia, a equipe comparou a misteriosa estrutura com uma galáxia local bem conhecida sem protuberância, IC5249, que tem uma massa semelhante de estrelas, e encontrou uma concordância surpreendente. Nas palavras de Mireia Montes, pesquisadora do IAC e coautora do artigo, "quando analisamos as velocidades dessa estrutura distante de estrelas, percebemos que elas eram muito semelhantes às obtidas a partir da rotação de galáxias, então decidimos comparar uma galáxia muito mais próxima e descobrimos que elas são extraordinariamente semelhantes".

"Também analisamos a relação entre a massa da galáxia presumida e sua velocidade máxima de rotação, e descobrimos que, de fato, é uma galáxia que se comporta como uma galáxia", afirma Ignacio Trujillo, pesquisador do IAC que participou do estudo. "É um objeto interessante, porque é uma galáxia bastante grande a uma distância muito grande da Terra, onde a maioria das galáxias é menor", acrescenta.

Observações futuras permitirão o estudo deste objeto em maior detalhe.

Fonte: phys.org

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