Grande batólito de granito quente é descoberto enterrado na Lua
Batólito na Lua
Cientistas identificaram uma misteriosa massa de granito que emite calor, enterrada sob a superfície do lado distante da Lua, o lado que não é visível da Terra.
À
esquerda, a seta mostra a posição do batólito no outro lado da Lua. O centro e
a direita mostram o gradiente de calor do granito. [Imagem: Matthew A. Siegler
et al. - 10.1038/s41586-023-06183-5]
Parece
parte do enredo de 2001: Uma Odisseia no Espaço, em que a história da
humanidade começa a mudar com a descoberta de um monólito na Lua.
Mas
aqui é ciência real e, embora intrigante, é uma característica natural do nosso
satélite, e não obra de seres desta ou de outra dimensão.
De
fato, não se trata de um monólito, mas de um batólito. Também conhecido como
plutonito, é uma grande massa de granito, um material que, na Terra, tem sua
gênese associada à água e à tectônica de placas, dois elementos que não estão
presentes na Lua.
"Esta
descoberta é um batólito de 50 km de largura; Um batólito é um tipo de rocha
vulcânica que se forma quando a lava sobe na crosta terrestre, mas não entra em
erupção na superfície. El Capitan e Half Dome, em Yosemite, na Califórnia, são
exemplos de rochas de granito semelhantes que subiram à superfície,"
contou a professora Rita Economos, do Instituto de Ciência Planetária, nos EUA.
A explicação mais provável para esse granito quente é fruto do vulcanismo antigo em nosso satélite. [Imagem: Matthew A. Siegler et al. - 10.1038/s41586-023-06183-5]
Granito sem água e sem tectônica de placas
A
descoberta foi feita por um grupo de cientistas planetários de vários países,
que usaram dados das sondas espaciais Lunar Prospector e Lunar Reconnaissance,
da NASA, e Chang'e 1 e 2, da China.
A
região, entre as crateras Compton e Belkovich, tem uma temperatura 10 ºC acima
da temperatura típica do restante da superfície lunar.
"Nós
descobrimos um calor extra saindo do solo em um local na Lua que se acredita
ser um vulcão extinto há muito tempo, que entrou em erupção há mais de 3,5
bilhões de anos. Ele tem cerca de 50 km de diâmetro e a única solução que
podemos pensar que produz tanto calor é um grande corpo de granito, uma rocha
que se forma quando um corpo de magma - a lava não erupcionada - abaixo de um
vulcão esfria.
O
granito tem altas concentrações de elementos radioativos, como urânio e tório,
em comparação com outras rochas da crosta lunar, causando o aquecimento que
detectamos na superfície lunar," disse Matthew Siegler, membro da equipe.
Encontrar
uma quantidade tão grande de granito abre a possibilidade de achados
semelhantes em outros lugares sob a superfície da Lua. "Isso é mais
parecido com a Terra do que imaginávamos que poderia ser produzido na Lua, que
carece da água e das placas tectônicas que ajudam os granitos a se formarem na
Terra.
O
que isso também mostra é que o sensoriamento remoto pode captar recursos
ocultos, e isso será útil na exploração de outros corpos planetários do Sistema
Solar," disse Siegler.
Fonte: Inovação Tecnológica
Comentários
Postar um comentário
Se você achou interessante essa postagem deixe seu comentario!